Eleição de novo líder da Interpol alvo de críticas por acusação de tortura

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De  Fátima Valente
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Deputados e defensores de direitos humanos criticam eleição de Al-Raisi para presidente da Interpol, que está acusado de tortura. Já o secretário-geral da Interpol na Turquia destaca a presunção de inocência

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As reações à polémica eleição deAhmed NaserAl-Raisi para a presidência da Interpol surgiram horas depois da decisão ser conhecida.

O major-general é acusado de tortura e detenções abritárias, mas no Twitter preferiu ignorar a controvérsia e congratulou-se com a decisão dos 195 países associados da Organização Internacional de Polícia Criminal.

Al-Raisi prometeu construir uma Interpol mais transparente e trabalhar em prol da segurança de todos os cidadãos do mundo.

Como presidente da @INTERPOL_HQ, construirei uma organização mais transparente, diversa e decisiva que trabalhe para garantir a segurança de todos. Estou muito feliz por ter sido eleito presidente hoje e é uma honra da minha carreira servir os cidadãos em todo o mundo, em nome dos Emirados Árabes Unidos
Al-Raisi
Presidente da Interpol

"Como presidente da @INTERPOL_HQ, construirei uma organização mais transparente, diversa e decisiva que trabalhe para garantir a segurança de todos. Estou muito feliz por ter sido eleito presidente hoje e é uma honra da minha carreira servir os cidadãos em todo o mundo, em nome dos Emirados Árabes Unidos", escreveu no Twitter.

Nas últimas semanas, a Gulf Center for Human Rights fez queixa contra Al-Raisi por "tortura" devido à prisão do ativista Ahmed Mansoor. A Comissão Europeia também recebeu uma missiva com reservas sobre a liderança de Al- Raisi.

Em entrevista à Euronews, o secretário-geral da Interpol na Turquia evitou a polémica.

Nesta fase é uma acusação, claro, estamos todos a par. Também há a presunção de inocência, mas o que quero dizer é que a Assembleia Geral tomou uma decisão hoje, e elegeu o senhor Al-Raisi como presidente da Interpol. Eu vou continuar o meu trabalho no comité executivo, temos estado a introduzir reformas importantes aqui em Istambul na direção da organização, especificamente no comité executivo, com forte enfase na responsabilidade, integridade, transparência e neutralidade da organização
Jürgen Stock
Secretário-geral da Interpol na Turquia
Não é possível que a organização que vai persegue criminosos seja presidida por um homem acusado de um crime. Bom, sim, infelizmente os estados-membros da organização mostraram que era possível, e elegeram este candidato que vai envergonhar a organização.
Hubert Julien-Laferrière
Deputado

Já o deputado francês Hubert Julien-Laferrière entrevistado pela Euronews afirmou que é uma vergonha.

Não é possível que a organização que persegue criminosos seja presidida por um homem acusado de um crime. Bom, sim, infelizmente os estados-membros da organização mostraram que era possível, e elegeram este candidato que vai envergonhar a organização.
Hubert Julien-Laferrière
Deputado

Al-Raisi, Inspetor-Geral do Ministério do Interior dos Emirados Árabes Unidos, já era membro do comité executivo da Interpol. Foi eleito presidente por quatro anos.

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