Abdulrazak Gurnah recebe Nobel da Literatura das mãos de Mikaela Kumlin Granit
Abdulrazak Gurnah recebe Nobel da Literatura das mãos de Mikaela Kumlin Granit Direitos de autor AP Photo/Matt Dunham
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"Semana Nobel" abre com entregas dos prémios e tem ponto alto num concerto em Estocolmo

De  Francisco Marques
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O escritor Abdulrazak Gurnah foi o primeiro a colocar as mãos nos Nobel de 2021 num dos vários eventos limitados pela pandemia a decorrer até sexta-feira

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A semana de entrega dos Nobel abriu esta segunda-feira com a distinção deste ano na Literatura a ser entregue em Londres.

Abdulrazak Gurnah recebeu a preciosa medalha na residência da embaixadora da Suécia no Reino Unido.

Dirigindo-se ao escritor, Mikaela Kumlin Granit afirmou que normalmente a entrega do prémio "seria pelas mãos de Sua Majestade, o Rei da Suécia". "No entanto, este ano, o senhor será celebrado com uma distância imposta entre nós devido à pandemia", explicou a embaixadora.

Esta foi a primeira das várias cerimónias de entrega dos Nobel previstas para esta semana nos respetivos países dos laureados, em eventos de acesso limitado, devido à Covid-19.

AP Photo/Matt Dunham
Abdulrazak Gurnah exibe o diploma do Prémio Nobel da LiteraturaAP Photo/Matt Dunham

Anda esta segunda-feira, está marcada a entrega em mãos do Nobel tripartido da Física, com uma cerimónia em Itália (Giorgio Parisi) organizada pelo embaixador sueco em Roma, Jan Björklund, e em Washington (Syukuro Manabe), pela embaixadora sueca nos Estados Unidos, Karin Oloffsdotter.

No evento na capital americana, serão entregues ainda um dos Nobel da Química (David W. C. MacMillan) e um dos das Ciências Económicas (Joshua D. Angrist).

Para terça-feira, fica a entrega na Alemanha da terceira distinção na Física (Klaus Hasselmann) e da segunda na Química (Benjamin List), pelo embaixador Per Thöresson.

Na quarta-feira, em Irvine, também nos Estados Unidos, serão entregues os Nobel da Fisiologia ou Medicina (David Julius e Ardem Patapoutian) e os restantes das Ciências Económicas (David Card e Guido W. Imbens).

Esta terça-feira, está ainda marcada na agenda da "semana Nobel" com as conferências de imprensa por videoconferência (15:00, hora de Lisboa) dos laureados na Literatura e na Fisiologia ou Medicina, seguidas de uma palestra (16:00) pelo escritor Abdulrazak Gurnah.

A "semana Nobel" tem ponto alto na Suécia com o concerto marcado para quarta-feira, às 18 horas, na "Konserthuset" de Estocolmo. "A aclamada violoncelista argentina Sol Gabetta partilhará o palco com o maestro americano Ryan Bancroft", lê-se no programa oficial.

Para sexta-feira, em Oslo, na Noruega está prevista a entrega do Nobel da Paz, a única cerimónia deste ano a decorrer no local habitual. O prémio é partilhado pelos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia.

O primeiro Nobel entregue em mãos

Natural de Zanzibar, atualmente parte da Tanzânia, Abdulrazak Gurnah é o quinto escritor africano a ser distinguido com um Nobel, com o qual recebeu ainda um prémio monetário de €1,1 milhão.

A academia real sueca justificou o prémio com o "descomprometido e apaixonado mergulho" de Gurnah "nos efeitos do colonialismo e no destino dos refugiados no abismo entre as diferentes culturas e continentes".

O escritor africano tem no currículo uma dezena de romances e, a partir de 2022, terá quatro traduzidos em português, publicadas pela Cavalo de Ferro.

A primeira, “Afterlives”, o livro mais recente, já em fevereiro. Depois, em maio, é lançado "Paradise"; em setembro é reeditado "Junto ao Mar" ("By the Sea"), já traduzido e publicado em 2003 pela Difel; e finalmente, em 2023, "Desertion".

"É um absoluto privilégio incluir Abdulrazak Gurnah entre os autores da Cavalo de Ferro e poder divulgar a sua obra junto dos leitores portugueses. Uma obra importante, que ajuda a repensar questões que se posicionam no centro das preocupações do mundo atual, com uma voz que ainda teima em ser considerada periférica", afirmou Diogo Madre Deus, editor da Cavalo de Ferro, numa publicação na página de Facebook da editora.

Outras fontes • AP e AFP

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