Depois do SPD e do FDP durante o fim de semana, partido ecologista confirma novo governo federal de maioria centro-esquerda e com paridade entre os ministros
Sinal "verde" ao fim da era Merkel na Alemanha.
Depois de social-democratas (SPD) e liberais (FDP) com maiorias acima de 90% no fim de semana, também o partido ecologista alemão aprovou por larga maioria o acordo da chamada coligação "semáforo" para formar o novo governo federal na maior economia da União Europeia.
A consulta às bases pelos "Verdes" decorreu durante o fim de semana e o resultado foi conhecido esta segunda-feira: uma aprovação de 86%.
Um "grande, grande resultado" que deixou "feliz" a líder do partido, Annalena Baerbock, a designada para ministra dos Negócios Estrangeiros no futuro executivo.
"Começamos com um forte impulso da votação conseguida para formar o novo governo federal, com um executivo muito forte e diverso", afirmou Annalena Baerbock, no discurso após anunciar a aprovação do acordo para a nova coligação.
Paridade nos ministros
Do lado do SPD, o mais votado dos três partidos nas últimas eleições, esta segunda-feira foi dia de se ficar a conhecer os titulares das pastas que ainda estavam em aberto.
Os nomes propostos pelos social-democratas fazem com que, no total e como Olaf Scholz desejava, metade dos ministérios venham a ser dirigidos por mulheres no próximo executivo.
Pelo SPD, Nancy Fraser vai liderar o Ministério do Interior; Christine Lambrecht o da Defesa; Svenja Schulze, que já estava no executivo cessante com o Ambiente, transita para o da Cooperação e Desenvolvimento; Anna Spiegel irá liderar o da Família; e Klara Geywitz o das Obras.
A estas somam-se, dos "Verdes", a já referida Annalena Baerbock (Negócio Estrangeiros) e Steffi Lemke (Meio Ambiente, Ecologia, Segurança Nuclear e Proteção ao Consumidor).
O FDP vai contar com Bettina Stark-Watzinger no Ministério da Educação e Pesquisa.
Referência ainda para a secretaria da Cultura e Comunicação, que não tem estatuto de ministério, e será liderada pela ecologista Claudia Roth.
A aprovação total do acordo de coligação pelos três partidos agora aliados confirma o fim da era Merkel e da hegemonia conservadora da União Democrata-Cristã (CDU), de centro-direita.
Esta terça-feira, o acordo é oficializado no papel e na quarta a chanceler em funções deve ver Olaf Scholz ser confirmado pelo "Bundestag", o parlamento alemão, como novo chanceler da Alemanha à frente de um governo federal de maioria centro-esquerda.