Companhias aéreas temem impacto prolongado da guerra na Ucrânia

Avião a aterrar
Avião a aterrar Direitos de autor Kathy Willens/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
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As companhias aéreas deparam-se com voos mais longos, mais consumo de combustível e mais custos e temem o impacto de uma guerra longa

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As companhias aéreas estão a preparar-se para bloqueios potencialmente longos dos principais corredores aéreos entre a Europa e a Ásia, após a Bruxelas e Moscovo terem decretado proibições do espaço aéreo.

Cancelamentos de voos e desvios dispendiosos, estão a prejudicar a recuperação pós-pandemia da indústria e a desferir um golpe na indústria de leasing baseada principalmente na Irlanda, que foi obrigada a deixar de fazer negócios com as companhias aéreas russas.

"Henrik Hololei, diretor-geral para a Mobilidade e Transporte da Comissão Europeia, explica: Existem muitos redirecionamentos que impactam diretamente os voos da Europa para a Ásia que sobrevoavam o território russo. Penso que a companhia aérea que mais sofre na Europa, e lamento profundamente por ser uma grande companhia, com grandes produtos e grandes serviços, seja a Finnair, porque a Finnair tem de voar agora, por exemplo, para o Japão, mais 4 horas do que antes. E as outras companhias aéreas também, é claro, estão a sofrer nos seus voos da Europa para a Ásia, que são 1 a 2 horas mais longos do que costumavam ser, e queimam mais combustível, e tem mais custos..."

A Rússia também cancelou todos os voos para destinos europeus e alguns destinos da América Central devido ao encerramento do espaço aéreo canadiano.

Mas a guerra afeta fortemente também o transporte de mercadorias.

"O principal é quando olhamos também do lado do transporte. É, por exemplo, como tirar o cereal ucraniano do país, como ter capacidade suficiente para o deslocar para fora do país, porque eles querem e precisam de o vender. E há também uma enorme procura, a fim de evitar problemas com a segurança alimentar".

Dados do serviço de rastreio de voo FlightRadar24 mostram céus vazios sobre a Ucrânia e partes da Rússia.

As companhias aéreas contornam a Ucrânia em corredores apinhados a norte e oeste, deixando um buraco no mapa da aviação.

As medidas sem precedentes visam pressionar o presidente russo, Vladimir Putin, a acabar com a invasão da Ucrânia, o maior ataque a um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A Rússia retaliou, proibindo companhias aéreas de dezenas de países, incluindo os 27 membros da União Europeia, depois de os ministros da UE terem concordado em recusar a entrada aos aviões russos, incluindo os jatos privados dos oligarcas do país.

Sem acesso às vias aéreas russas, os peritos dizem que as transportadoras aéreas terão de desviar voos para sul, evitando ao mesmo tempo áreas de tensão no Médio Oriente.

Os voos recentes de companhias aéreas europeias e norte-americanas para a Ásia foram forçados a fazer grandes desvios.

Os cancelamentos de viagens para a Rússia sucederam-se após a invasão da Ucrânia. As taxas de cancelamento mais elevadas, por ordem de volume, foram a Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha, Índia e Turquia.

A invasão também desencadeou um colapso no mercado russo de viagens para o estrangeiro. Os destinos que sofreram as mais altas taxas de cancelamento imediato foram Chipre, Egito, Turquia, Reino Unido, Arménia, e Maldivas.

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