A confirmarem-se as sondagens, os dinamarqueses vão dar luz verde à Política Comum de Defesa e Segurança da União Europeia, rejeitada há quase 30 anos
Os dinamarqueses decidem esta quarta-feira sobre a adesão à Política Comum de Segurança e Defesa da União Europeia. Em causa a anulação da cláusula de exceção imposta depois de Copenhaga ter assinado o Tratado de Maastricht - aDinamarca adotou em 1993 exceções à política comunitária em quatro domínios: união monetária e económica, defesa, cooperação policial e jurídica, e cidadania
A guerra na Ucrânia trouxe de novo o debate à praça pública. 12 horas antes da abertura das urnas esgrimiram-se os últimos argumentos num debate televisivo.
O referendo foi convocado pela primeira-ministra social-democrata com a justificação de que, após a invasão russa da Ucrânia, a segurança na Europa mudou radicalmente. Mette Frederiksen apelou ao voto pelo fim da exceção considerando que a união é a melhor resposta à guerra.
Mai Villadsen, líder da Aliança Vermelha e Verde, lembrou o pacote de sanções contra a Rússia aprovado esta semana em Bruxelas e diz que o apoio da União Europeia e da Dinamarca à Ucrânia nada tem a ver com a cláusula de exceção.
Apesar oposição da esquerda, as sondagens mais recentes sugerem uma maioria a favor do fim da cláusula de exceção.
A votação vem também na sequência da quebra da neutralidade dos países vizinhos. Finlândia e Suécia pediram no último mês a adesão à NATO.
A exceção à Política Comum de Segurança e Defesa significa que a Dinamarca não pode participar em áreas relacionadas com a defesa e segurança do bloco comunitário, nem em hipotéticas operações militares da UE.