Guerra do Colton ameaça região dos Grandes Lagos

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De  João Peseiro Monteiro
População em fuga das milícias do M23 no Kivu Norte
População em fuga das milícias do M23 no Kivu Norte   -  Direitos de autor  Moses Sawasawa/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.

A guerra entre Estados ameaça regressar à região africana dos Grandes Lagos. A tensão entre os governos de Kinshasa e Kigali está ao rubro. O sequestro de dois militares ruandeses, em solo nacional, por um grupo rebelde ruandês que opera a partir da RDC é o último episódio desta escalada de acusações mútuas.

Se os ataques continuarem, o Ruanda tem o direito de retaliar e proteger a segurança do país, de proteger a segurança dos seus cidadãos e nós temos os meios para o fazer
Vincent Biruta
Ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda

O conflito entre os dois países é antigo. O governo de Kinshasa acusa o executivo de Kigali de apoiar os guerrilheiros do M23, um grupo armado constituído maioritariamente por elementos da etnia tutsi.

Um dos factores de instabilidade do Kivu Norte é a riqueza do subsolo. A RDC é o maior produtor de Colton do mundo e as minas, legais e clandestinas, situam-se na região fronteiriça.

O Kivu Norte possui as maiores reservas de columbite-tantalite utilizada na fabricação de produtos electrónicos, como os telemóveis, dos quais é um elemento fundamental.

O risco de guerra pode colocar em causa a viagem do Papa Francisco à região, agendada para julho.