A escalada entre a República Democrática do Congo e o Ruanda anuncia-se imparável. Os dois países têm problemas antigos para resolver, em particular na região do Kivu Norte, rica em colton, minério essencial à fabricação de telemóveis.
A guerra entre Estados ameaça regressar à região africana dos Grandes Lagos. A tensão entre os governos de Kinshasa e Kigali está ao rubro. O sequestro de dois militares ruandeses, em solo nacional, por um grupo rebelde ruandês que opera a partir da RDC é o último episódio desta escalada de acusações mútuas.
O conflito entre os dois países é antigo. O governo de Kinshasa acusa o executivo de Kigali de apoiar os guerrilheiros do M23, um grupo armado constituído maioritariamente por elementos da etnia tutsi.
Um dos factores de instabilidade do Kivu Norte é a riqueza do subsolo. A RDC é o maior produtor de Colton do mundo e as minas, legais e clandestinas, situam-se na região fronteiriça.
O Kivu Norte possui as maiores reservas de columbite-tantalite utilizada na fabricação de produtos electrónicos, como os telemóveis, dos quais é um elemento fundamental.
O risco de guerra pode colocar em causa a viagem do Papa Francisco à região, agendada para julho.