Crise energética na Europa

Guerra na Ucrânia, sanções económicas, inflação desenfreada, chantagem energética, seca extrema.
A Europa não sabe o que mais fazer para se proteger da tempestade perfeita que assola os preços da energia, que para muitos cidadãos parece uma ameaça existencial para o próximo Inverno: podem ter de escolher entre o aquecimento ou a alimentação.
Enquanto o ministro da energia da Chéquia anuncia que vai "propor a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho da Energia da União Europeia o mais cedo possível", o Governo português anunciou novas medidas para mitigar o aumento do gás natural e que os preços no mercado regulado serão menos de metade do anunciado pelos comercializadores
A situação é paradigmática nas duas principais economias europeias. Em França, um país altamente dependente da energia nuclear., o encerramento de numerosos reatores devido a necessidades de manutenção fez subir o custo por megawatt-hora para dez vezes mais do que há um ano. Na Alemanha, fortemente dependente do gás russo, os cortes contínuos de abastecimento pela russa Gazprom e o encerramento previsto do gasoduto Nordstream, a 31 de Agosto, apontam um quadro semelhante.
Para piorar a situação, as energias renováveis sofreram as consequências de um dos verões mais quentes e secos. Os rios estão esgotados, sem caudal para mover as centrais hidroelétricas em plena capacidade. O vento, por seu lado, tem sido o grande ausente durante as sucessivas ondas de calor que abalaram o continente.