Ministra para as Alterações Climáticas, do Paquistão, diz que as cheias provocaram um cenário "apocalítico" com um terço do território debaixo de água
Um terço do território paquistanês está debaixo de água. A ministra para as Alterações Climáticas fala numa situação apocalíptica. As cheias, provocadas pelas monções, já fizeram quase meio milhão de deslocados e o número de mortos, desde meados de junho, já ultrapassou os 1.150. A maior perda de vidas de que há registo.
A chuva parou há três dias mas havia ainda pessoas isoladas. As equipas de socorro, apoiadas pelos militares e voluntários, continuavam a trabalhar para resgatar as populações.
Um em cada sete paquistaneses foi atingido por esta catástrofe inesperada. O país foi apanhado de surpresa já que, este ano, as monções chegaram mais cedo e mais intensas. Juntam-se, dizem as autoridades, as consequências das alterações climáticas com os glaciares a derreterem e o nível das águas a subir. O país estás em estado de emergência há três dias.
ONU e Paquistão apelaram, esta terça-feira, a um financiamento de emergência, mais de 160 milhões de euros para reparar os danos causados por este desastre natural. No início, o governo estimava que os danos para a economia do país ultrapassavam os 10 mil milhões de euros.
O conselho executivo do Fundo Monetário Internacional já aprovou a disponibilização de uma tranche de mais de mil milhões de euros para o país. Verbas que estava retida e que fazia parte de um acordo firmado em 2019. O envio deste valor estava suspenso desde o início do ano, com o FMI a expressar preocupação em relação ao cumprimento, pelo Paquistão, dos termos do acordo assinado pelo governo do antigo Primeiro-ministro Imran Khan, afastado do cargo por um voto de desconfiança, decidido pelo parlamento em abril.