Missão da Agência Internacional de Energia Atómica já está em Zaporíjia para inspecionar a central nuclear ucraniana nas mãos das forças invasoras russas desde março
A missão da Agência Internacional de Energia Atómica chegou, esta quarta-feira, a Zaporíjia. Os inspetores das Nações Unidas vão ajudar a garantir a segurança das instalações da central nuclear da Ucrânia, controladas pelas forças invasoras da Rússia.
O momento é de grande preocupação. O diretor da Agência, Rafael Grossi, sublinha que a missão é complexa e morosa: "Temos uma tarefa muito, muito importante para realizar: avaliar a real situação. Ajudar a estabilizar a situação tanto quanto pudermos. Eu estou realmente muito consciente da relevância deste momento, mas estamos prontos. A AIEA está pronta."
Nesta missão, estão 14 peritos internacionais.
"Damos-lhes uma lista dos principais pontos, muito importantes, que devem ser verificados. Isto de um ponto de vista técnico, e outro é o ponto em que os militares russos se encontram. Temos indícios de que estão a tentar esconder a presença militar e por isso devem verificar todas essas informações", afirmou o ministro ucraniano da Energia German Galushchenko.
A missão da ONU recebeu garantias, por parte de Moscovo, de que pode prosseguir com os trabalhos na maior central nuclear da Europa em segurança, no entanto, as forças ucranianas pró-Kremlin locais acusam Kiev.
O líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, diz que "a delegação da AIEA, que planeia vir, tem garantias de segurança por parte das Forças Aliadas e da Federação Russa. Vão ser tomadas todas as medidas necessárias para garantir essa segurança, mas gostaria de salientar que neste momento o regime ucraniano está louco e nada pode ser excluído".
Nos últimos dias, a central foi temporariamente desligada da rede elétrica ucraniana devido a danos causados pelo fogo na linha de comunicação, aumentando os receios de que os combates possam levar a uma fuga maciça de radiação ou mesmo a um derretimento do reator. Os riscos são tão graves que as autoridades começaram a distribuir comprimidos de iodo antirradiação aos residentes locais.