Último dia de “referendos” nas zonas ocupadas da Ucrânia

Votação para os referendos nas zonas ocupadas da Ucrânia.
Votação para os referendos nas zonas ocupadas da Ucrânia. Direitos de autor AP
De  Euronews
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Moscovo pretende anexar os territórios ucranianos de Donetsk e Lugansk, no leste, e Kherson e Zaporijia, no sul do país.

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A Ucrânia entrou, esta terça-feira, no último dia de votação para os chamados “referendos” sobre a anexação à Rússia. O Kremlin pretende anexar os territórios ucranianos de Donetsk e Lugansk, no leste, e Kherson e Zaporijia, no sul do país.

Leonid Passchinik, líder da autoproclamada República Popular de Luganks, foi uma das pessoas que fez questão de ir votar.

As consultas populares realizaram-se ao longo dos últimos cinco dias e a votação foi feita de porta em porta. Algumas mesas de voto abriram apenas neste último dia de votação. 

Os referendos deveriam ter acontecido apenas em novembro, mas o Kremlin decidiu antecipá-los, tendo em conta a contraofensiva levada a cabo pelas tropas ucranianas no leste do país.

Kiev e os aliados ocidentais dizem que a votação "é uma farsa". Também a comunidade internacional já criticou os referendos e defendeu que não reconhecerá os seus resultados.

Rússia validou os "referendos" nas zonas ocupadas da Ucrânia

Sem surpresa, Moscovo já fez saber, esta segunda-feira, que os referendos ultrapassaram o limiar necessário para ser validados.

A agência de notícias Ria Novosti, que cita fontes do Parlamento, já disse que a votação da lei sobre a entrada destas regiões na Rússia poderá acontecer esta quinta-feira.

Também é expectável que Vladimir Putin anuncie oficialmente a anexação destes territórios num discurso, na sexta-feira, perante as duas câmaras do Parlamento russo. A informação é avançada pelos meios de comunicação russos independentes e também pelo Ministério da Defesa britânico.

O porta-voz do Kremlin já se pronunciou sobre a conduta de Moscovo quanto a estes territórios no futuro e deixou uma "ameaça encapotada".

A situação legal mudará radicalmente do ponto vista do direito internacional e isto também terá consequências sobre a segurança nestes territórios
Dmitry Peskov
Porta-voz do Kremlin

O processo de anexação destas regiões deverá ser semelhante ao da anexação da Crimeia, que teve lugar em 2014.

Recorde-se que o anúncio oficial sobre a realização dos referendos foi feita pelo chefe de Estado russo, no discurso transmitido na semana passada, no mesmo dia em que anunciou a mobilização de 300 mil reservistas para reforçar o contingente militar na Ucrânia e ameaçou o Ocidente de que poderia utilizar armas nucleares.

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