Escrutínio deve designar membros da presidência tripartida, deputados do parlamento central e das assembleias da federação croato-muçulmana e da República Sérvia da Bósnia, que deve ainda eleger o próprio presidente
Perto de três milhões e meio de eleitores acodem hoje às urnas, na Bósnia-Herzegovina, para eleições gerais num clima de profunda crise política e crescentes divisões étnicas que põem em risco a integridade do país.
O escrutínio, particularmente complexo, deverá servir para designar os três membros da presidência tripartida, os deputados do parlamento central e os assentos das assembleias da federação croato-muçulmana e da República Sérvia da Bósnia, que deverá ainda eleger o seu próprio presidente.
Exemplo das divisões étnicas, a problemática do regresso dos refugiados da guerra às localidades de origem. A diretora de uma ONG que se ocupa desses casos, Mirhunisa Zukic, explica que são "discriminados" e que "muitos perdem a paciência, sobretudo os mais novos e acabam por emigrar."
Mais de meio milhão de pessoas terão deixado o país desde o último recenseamento em 2013.
O complexo processo eleitoral na Bósnia-Herzegovina é uma herança dos acordos de Dayton, assinados em 1995 para pôr fim a uma guerra que fez mais de 100.000 mortos.