Resultados preliminares das eleições gerais na Bósnia-Herzegovina apontam várias surpresas com candidatos reformistas a evidenciarem-se.
Os resultados finais das eleições na Bósnia-Herzegovina ainda não são conhecidos, mas Milorad Dodik está na frente na corrida para a presidência da República Sérvia da Bósnia, ou Republika Srpska, diz a agência de notícias France Press.
A confirmar-se, a vitória poderá ter um gosto amargo por não ser tão expressiva como o esperado por Dodik, que apoiou os referendos no Leste da Ucrânia como modelo para o desmembramento da Bósnia.
O líder preliminar do escrutínio em curso admite que o país est1a capacitado para enfrentar "um processo complicado, como as alterações feitas durante as eleições pela Comissão Eleitoral Central, com as pessoas a tomarem decisões corretas e apropriadas."
Sladjan Tomic, analista político bósnio, explica no entanto que o facto de Milorad Dodik ter falado já depois da meia-noite "só pode significar nervosismo". "Dodik talvez seja o maior derrotado das eleições, mesmo que tenha vencido", sugeriu.
Na noite de domingo, a opositora de Dodik, Jelena Trivić, tinha anunciado vitória, o que significaria a derrota do sérvio ultranacionalista pró-russo, já dado pelas sondagens como vencedor do escrutínio.
A conservadora pró-União Europeia falava numa "vitória para o povo" e não numa "vitória pessoal" ou individual. Dizia tratar-se de uma vitória para a república que representa.
Os resultados preliminares apontam várias surpresas, com candidatos reformistas a evidenciarem-se.
O complexo sistema eleitoral, herdado dos acordos de paz de Dayton que puseram fim a três anos e meio guerra civil, baseia-se na existência de duas entidades (Federação da Bósnia e Herzegovina e República Sérvia) e uma presidência tripartida, representando os "três povos constituintes" (bósnios, croatas e sérvios).