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Outubro anormalmente quente em França e Espanha

Banhistas e surfistas numa praia no sudoeste de França em finais de outubro
Banhistas e surfistas numa praia no sudoeste de França em finais de outubro Direitos de autor  Bob Edme/Copyright 2022The AP. All rights reserved
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De Maria Barradas com Agências
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O mês de outubro tem sido anormalmente quente, em França e Espanha. Agência de Meteorologia espanhola diz que o calor continua até meados de novembro

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Há regiões de França e Espanha a viver um final de outubro invulgarmente quente.

Ainda se vai à praia no sudoeste de França, com temperaturas que rondam os 29 graus. Os nadadores salvadores viram os seus contratos sazonais prolongados.

As concentrações de dióxido de Carbono, metano e óxido nitroso, os famosos gases que provocam o efeito de estufa, nunca estiveram tão altas. Em vésperas da COP27, a Organização Meteorológica Mundial exprime preocupação.

"Em todos esses três gases voltámos a bater novos recordes, pelo que não vimos até agora qualquer melhoria real na atmosfera", diz o secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), Petteri Taalas, que frisa que, "apesar dos confinamentos da Covid-19, não houve melhorias nos níveis de carbono na atmosfera".

apesar dos confinamentos da Covid-19, não houve melhorias nos níveis de carbono na atmosfera
Petteri Taalas
Secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia

Segundo as previsões da Agência Estatal de Meteorologia espanhola (AEMET), não é de excluir que este seja "o outubro mais quente" no país desde que há registos e espera-se que estas condições continuem durante os primeiros 15 dias de novembro.

Os líderes mundiais voltam a uma nova cimeira do clima a 6 de novembro, numa altura em que o planeta parece gritar de todas as formas por políticas responsáveis e medidas eficazes.

Metano foi o que mais aumentou

Segundo a OMM, dos três principais tipos de gases com efeito de estufa que retêm o calor - dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso - o maior salto de 2020 a 2021 foi no metano, cujas concentrações no ar entraram com o maior aumento anual desde que as medições regulares começaram há quatro décadas.

O metano é mais potente a capturar calor do que o dióxido de carbono, mas não permanece na atmosfera tanto tempo como o dióxido de carbono e há 200 vezes mais dióxido de carbono no ar do que metano.

Desde a época pré-industrial, que a OMM fixa em cerca do ano 1750, as concentrações de CO2 no ar aumentaram quase 50% para 415,7 partes por milhão; o metano aumentou 162% para 1.908 partes por bilião, e o óxido nitroso - cujas fontes de origem humana são coisas como a queima de biomassa, processos industriais e utilização de fertilizantes - aumentou cerca de um quarto para 334,5 partes por milhão.

Climatólogos e ambientalistas não se cansam de apontar os efeitos das alterações climáticas, dando como exemplos as enormes mudanças das últimas décadas, como incêndios florestais na China e no oeste dos Estados Unidos, seca no corno de África ou as inundações sem precedentes no Paquistão.

Combate principal é contra o CO2

O CO2 continua a ser o gás com efeito de estufa mais importante gerado pela atividade humana - principalmente da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento. Durante a última década, o dióxido de carbono foi responsável por cerca de quatro quintos desse efeito de aquecimento.

O metano é responsável por mais de um sexto do efeito de aquecimento, disse a OMM. Três quintos do metano chegam à atmosfera através dos arrotos e peidos do gado, da cultura do arroz, da utilização de combustíveis fósseis, da queima de biomassa e dos aterros; o resto vem de fontes naturais como as zonas húmidas e as térmitas.

Ainda assim, Taalas, que tem vindo a repetir avisos sobre o aquecimento global há anos, diz que o foco deve permanecer no CO2.

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