Presidente boliviano mantém data de março de 2024, após três semanas de protestos. Os manifestantes exigiam que o censo fosse antecipado para 2023, reinvindicação que não foi tida em conta pelo chefe de Estado.
O presidente boliviano, Luis Arce, anunciou que o próximo Censo de População e Habitação se irá realizar a 23 de março de 2024 e a redistribuição de recursos em setembro do mesmo ano.
O anúncio acontece após três semanas de protestos na região de Santa Cruz, reduto da oposição, e motor económico do país. Os cidadãos bolivianos exigem que o censo seja antecipado para 2023, reinvindicação que não foi tida em conta pelo chefe de Estado.
Os protestos já provocaram a morte de pelo menos quatro pessoas. Há ainda registo de 170 feridos.
O recenseamento tinha sido, inicialmente, agendado para novembro deste ano, mas o executivo decidiu adiar a data para 2024, alegando “problemas técnicos” e a necessidade de alcançar "dados de qualidade" no processo.
Esta consulta serve para recalcular a distribuição dos lugares no parlamento e dos recursos públicos. A região de Santa Cruz acredita estar em desvantagem devido a um recensamento que tem mais de uma década e receia que a sua representação não seja atualizada a tempo das próximas eleições presidenciais. O escrutínio tem lugar daqui a três anos, em 2025.
O último censo no país foi realizado em 2012 e as leis da Bolívia estabelecem que esta consulta deve ser realizada de 10 em 10 anos.