Irina Scherbakova: "Não há solução diplomática na Ucrânia"

Irina Scherbakova, cofundadora da organização para os Direitos Humanos, Memorial
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A cofundadora da organização russa, Memorial, vencedora do Prémio Nobel da Paz, diz que "não há condições para uma solução diplomática na Ucrânia"

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Irina Scherbakova, que vai receber o Prémio Nobel da Paz como co-fundadora da Organização de Direitos Humanos "Memorial" diz que "não há neste momento, condições para uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia".

A declaração foi proferida na cerimónia em que recebia o prémio Marion Doenhoff, na Alemanha.

"Quando as pessoas dizem agora, muitas vezes na Alemanha, sim, façam a paz o mais rapidamente possível e coisas assim, para mim, isso é um pouco infantil", afirmou, acrescentando: "A solução, por enquanto, é uma solução militar, a meu ver".

Scherbakova disse ainda: "Essas decisões, a diplomacia, só acontecerá quando a Ucrânia acreditar ter ganho esta guerra e puder estabelecer os seus termos. Eu acredito apenas nesta constelação".

Quando lhe foi perguntado "Com, ou sem Putin?" não hesitou:

- Não, sem Putin.

Vldimir Putin até pode estar aberto a conversações de paz mas a Ucrânia mantém-se irredutível na sua posição de não se sentar à mesa de negociações antes de a Rússia abandonar todos os territórios ocupados.

Irina Scherbakova, que recebeu das mãos de Olaf Scholz o Prémio Marion Doenhoff pelo seu trabalho como defensora dos direitos humanos, diz que "esta guerra virou tantas coisas de pernas para o ar que nunca mais nada será como antes".

"Esta guerra virou tantas coisas de pernas para o ar que, nunca mais, nada será como antes"
Irina Scherbakova
Cofundadora da organização russa, Memorial

A organização de Scherbakova, Memorial, receberá o Prémio Nobel da Paz, em Oslo, no sábado 10 de dezembro, juntamente com outros ativistas: o Centro para as Liberdades Civis na Ucrânia e a ativista bielorrussa, Ales Bialiatski.

A Memorial, uma das principais organizações russas de liberdades civis, trabalhou durante décadas para lançar luz sobre os terrores da era do ditador soviético Joseph Stalin, ao mesmo tempo que compilava informações sobre a opressão política em curso na Rússia.

O grupo, fundado em 1989, foi encerrado à força pelos tribunais russos no final de 2021 e Scherbakova deixou Moscovo após a invasão da Ucrânia. Vive agora na Alemanha.

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