Vencedor das eleições de outubro no Brasil recebeu certificado do Tribunal Superior Eleitoral em dia de violência por apoiantes de Jair Bolsonaro em Brasília
Luís Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin receberam esta segunda-feira, no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, o diploma que confirma a eleição de ambos, respetivamente, como Presidente e vice-presidente eleitos do Brasil.
A cerimónia decorreu num dia marcado também por uma revolta violenta de apoiantes de Jair Bolsonaro em Brasília.
A oficialização do resultado eleitoral contou com um milhar de convidados e, pelas mãos do Presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Alexandre de Moraes, Lula recebeu o diploma pela vitória eleitoral alcançada no final de outubro sobre o presidente em exercício, Jair Bolsonaro.
Ao ver confirmado o regresso à presidência do maior país da América do sul, Lula da Silva emocionou-se ao recordar as críticas recebidas por não ter um diploma universitário e por tudo o que tem passado.
"Eu quero pedir desculpas a vocês pela emoção porque, quem passou o que eu passei nestes últimos anos, estar aqui, agora, é a certeza de que Deus existe e de que o povo brasileiro é maior do que qualquer pessoa que tentar o arbítrio nesse país", afirmou o Presidente eleito.
Para Lula, o triunfo sobre Bolsonaro "não foi apenas a vitória de um candidato nem de um partido", mas de "uma verdadeira frente ampla contra o autoritarismo".
No discurso de cerimónia, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral enalteceu a vitória plena da democracia e do Estado de Direito.
"Foi a vitória do respeito ao Estado de Direito, da fiel observância à Constituição. A diplomação da chapa é o reconhecimento da lisura do pleito, da legitimidade política conferida soberanamente. A justiça eleitoral preparou-se para garantir a transparência e lisura das eleições", afirmou Alexandre de Moraes.
O também ministro do Supremo Tribunal Federal criticou ainda a propagação de notícias falsas, de discursos de ódio e de ataques à democracia, que tem combatido.
"Essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da democracia contra os ataques antidemocráticos, desinformação e contra o discurso de ódio proferido por diversos grupos que, identificados, garanto, serão responsabilizados, para que isso não retorne nas próximas eleições", acrescentou Moraes.
O diploma agora recebido habilita Lula da Silva a tomar posse como presidente do Brasil a 1 de janeiro.