Na missa fúnebre desta quinta-feira, o Papa apenas por uma vez pronunciou o nome do antecessor
Milhares de pessoas reunidas em homenagem ao Papa emérito Bento XVI. Missa fúnebre na Praça de São Pedro, em Roma, num dia de nevoeiro que acentuou a solenidade do momento.
Dezenas de chefes de Estado e de governo participaram na cerimónia - entre eles o presidente português, a primeira-ministra italiana e a rainha emérita de Espanha.
Coube ao Papa Francisco a encomenda da alma do antecessor. Referiu-se a Bento XVI como "um fiel amigo de Jesus". Sem se deter sobre o legado que deixa; sem fazer um elogio ao trabalho à frente da Igreja Católica, preferiu sublinhar a vontade expressa pelo próprio de se entregar a Deus.
Durante a cerimónia, o Arcebispo Georg Gänswein, que foi secretário pessoal de Bento XVI, pôs um evangelho aberto em cima do caixão. Lá dentro, junto ao corpo do papa emérito está um cilindro em metal que contém um documento em latim com a sua história oficial, as moedas e medalhões cunhados durante o seu papado e algumas vestes.
O documento destaca a demissão histórica de Bento XVI, citando textualmente as palavras latinas que proferiu em 11 de Fevereiro de 2013, quando anunciou a resignação.
Bento XVI morreu na véspera do Ano Novo aos 95 anos e fica sepultado na cripta das grutas, debaixo da Basílica de São Pedro. É considerado um dos maiores teólogos do século XX. Durante o papado de São João Paulo II, o ainda cardeal Ratzinger liderou uma repressão contra a dissidência como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, tomando medidas contra a teologia da libertação da esquerda que se espalhou na América Latina nos anos 70.
Cerca de 50.000 pessoas assistiram à missa desta quinta-feira, segundo o Vaticano, depois de cerca de 200.000 lhe terem prestado homenagem durante os três dias de câmara ardente.