Empresas de energia obtêm lucros elevados em 2022

A guerra na Ucrânia aumentou os receios de uma possível escassez de energia no seio da União Europeia, em 2022, o que acabou por não se verificar. Apesar disso, as contas de energia aumentaram tanto para pessoas como para empresas.
Patrice Geoffon, professor de economia na Universidade de Paris Dauphine e diretor do Centro de Geopolítica da Energia e das Mercadorias explicou que as reservas de gás serão particularmente elevadas, pelo que, para já não há motivos de preocupação.
"A garantia, à exceção do mês de março, que é muito frio é que, em particular, as reservas de gás, no final do Inverno, serão particularmente elevadas, o que nos deixará, antes de mais, chegar em boas condições ao próximo inverno", referiu o especialista.
Empresas energéticas com lucros em ascensão
Numa altura de muitas incertezas, uma coisa é certa: As empresas energéticas aumentaram os seus lucros em 2022. Por exemplo, a britânica Centrica, triplicou os seus ganhos no ano passado.
Já a maior empresa petrolífera espanhola, Repsol, aumentou os seus resultados em 70% e a empresa Naturgy aumentou os seus lucros em 36%.
Patrice Geoffron salientou que estes ganhos levantam uma questão sobre "a diferença entre a legalidade e a legitimidade destes lucros, num período que é obviamente um período bastante particular na história europeia".
Aumento dos preços prejudica consumidores europeus
O aumento dos preços tem prejudicado os consumidores um pouco por toda a Europa. E este ano, 2023, continuarão elevados.
"As empresas norte-americanas que exportam gás natural liquefeito vendem o seu gás à saída do terminal de liquefacção. É a empresa que contratou esse gás que o pagará a um preço apenas para o indexar ao preço norte-americano que ganhará então qualquer margem de lucro entre o preço que deixa os terminais nos EUA e o preço que chega ao mercado europeu", salientou Anne-Sophie Corbeaum especialista em energia e investigadora do Centro de Política Energética Global da Escola de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade da Colômbia.
Nos últimos meses, a União Europeia tem levado a cabo várias medidas para tentar atenuar o aumento da subida dos preços e, assim, aliviar a pressão a que estão sujeitos os cidadãos europeus.