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Conferência da Água anuncia €278 mil milhões para o "bem mais precioso da humanidade"

Barragem do Cabril, Pedrógão Pequeno, Portugal, a 14 de julho de 2022
Barragem do Cabril, Pedrógão Pequeno, Portugal, a 14 de julho de 2022 Direitos de autor  AP Photo/Armando França/Arquivo
Direitos de autor AP Photo/Armando França/Arquivo
De Francisco Marques & Agência Lusa
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Conferência da Água da ONU termina em Nova Iorque com compromissos para a proteção e sustentabilidade dos recursos hídricos e vários alertas de António Guterres

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A Conferência da Água das Nações Unidas encerrou esta sexta-feira, em Nova Iorque, com compromissos dos 149 participantes para proteger "o bem comum mais precioso da humanidade", como se referiu o secretário-geral António Guterres à água.

Os participantes na conferência prometeram investir 300 mil milhões de dólares (278,7 mil milhões de euros) nos próximos anos em projetos de proteção e sustentabilidade de recursos hídricos.

"Esta conferência demonstrou uma verdade central: como o bem comum global mais precioso da humanidade, a água nos une a todos. E flui através de uma série de desafios globais. Água é sobre saúde, saneamento, higiene e prevenção de doenças. Água é sobre paz", sublinhou Guterres, apelando a que "o bem comum" seja colocado "no centro da agenda política global".

Todas as esperanças da humanidade para o futuro dependem, de alguma forma, de traçar um novo rumo para gerir e conservar de forma sustentável a água para as pessoas hoje e amanhã.
António Guterres
Secretário-geral da ONU

O secretário-geral da ONU sublinhou a necessidade de compromissos "revolucionários, inclusivos e orientados para a ação" para colocar a água e o saneamento seguro e sustentável ao alcance de todos.

AP Photo/Altaf Qadri
Fila de espera para recolher água potável em Nova Déli, Índia, na passada quarta-feira AP Photo/Altaf Qadri

"As nossas esperanças dependem de dar vida à Agenda de Ação pela Água, forjada esta semana", frisou António Guterres.

O antigo primeiro-ministro português destacou também a importância de se reduzir as pressões sobre o sistema hidrológico; desenvolver novos sistemas alimentares alternativos para reduzir o uso insustentável de água na produção de alimentos e na agricultura; ou integrar abordagens sobre a água, ecossistemas e clima para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

"Sem água, não pode haver desenvolvimento sustentável. Ao deixarmos esta conferência histórica, vamo-nos comprometer novamente com o nosso futuro comum. Vamos dar os próximos passos na nossa jornada para um futuro com água segura para todos", concluiu o líder da ONU.

A organização passa também a ter um novo cargo, apresentado neste último dia da Conferência da Água: e de "enviado especial para a Água"

No total, 149 países solicitaram a formalização dessa figura, entendendo que somente um cargo de alto escalão dentro da estrutura da ONU seria capaz de coordenar as diferentes agências e divisões da organização para integrar a água como elemento fundamental em todos os seus programas.

No briefing diário à imprensa, o porta-voz da Secretaria-Geral da ONU, Farhan Haq, deu a entender que ainda é prematuro pensar em quem poderá ocupar esse cargo.

Com início na passada quarta-feira, esta Conferência da Água, a primeira do género desde 1977, foi organizada pelos Países Baixos e pelo Tajiquistão e procurou compromissos de todo o mundo para uma transformação radical na forma como a água é gerida.

Além das sessões plenárias, o encontro contou com diálogos sobre temas específicos como "Água e Saúde", "Água e Desenvolvimento Sustentável" ou "Água e Mudanças Climáticas" e cerca de 550 eventos paralelos, tanto no complexo da ONU quanto em outras zonas de Nova Iorque.

Portugal esteve representado na conferência pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que disse à Lusa que Portugal foi chamado a partilhar com outros países as suas experiências ao nível de gestão de rios internacionais.

Em 2020, dois mil milhões de pessoas estavam ainda sem acesso a água potável e 3,6 mil milhões sem saneamento seguro, incluindo 494 milhões limitados a ter de fazer as necessidades fisiológicas a céu aberto, lê-se na página oficial de Internet dedicada pela ONU à água.

Pelo menos, dois mil milhões de pessoas bebem água contaminada por fezes e 2,3 mil milhões estão privadas de saneamento básico, o que contribui para a propagação de doenças como a cólera, disenteria e poliomielite.

A juntar ao aquecimento global, que tem vindo a tornar os períodos de seca cada vez mais longos, os especialistas da ONU no Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas estimam haver cerca de metade da população mundial a sofrer de "escassez grave" de água durante pelo menos parte do ano.

Outras fontes • ONU

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