Milhares de pessoas protestaram em Telavive contra a reforma judicial

Protestos em Telavive
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De  Maria Barradas com Agências
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No iníco das celebrações do Dia da Independência e do 75° aniversário da criação de Estado de Israel, milhares de pessoas protestaram em Telavive

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As ruas de Telavive encheram-se de pessoas, na noite de terça para quarta-feira, em protesto contra as reformas judiciais do governo israelita chefiado por Benjamin Netanyahu. A reforma retira poderes ao Supremo Tribunal e dá mais poderes ao governo no que toca à nomeação de juízes. 

Os opositores estimam que a lei que o governo quer aprovar enfraquece a luta contra a corrupção, depois de o próprio Netanyahu ter respondido por casos menos claros.

Os protestos têm-se repetido todas as semanas e este foi ainda mais expressivo, por coincidir com o início das comemorações dos 75 anos do Estado de Israel. 

Aparentemente indiferente às críticas, em Jerusalém, Netanyahu esteve presente na cerimónia do Dia da Memória e apelou à união dos israelitas, o que, tendo em conta os protestos, parece algo difícil de atingir. 

Israel enfrenta também o pico de violência mais alto com os palestinianos, desde a segunda intifada.

As celebrações do Dia da Independência tiveram início ao anoitecer, assinalando este ano os 75 anos  da fundação do Estado, em 1948.

O Dia da Independência comemora, de acordo com o calendário hebraico, o nascimento de Israel como pátria do povo judeu após o Holocausto, que no calendário gregoriano ocorreu a 14 de maio de 1948, o dia que os palestinianos identificam como a Nakba (catástrofe em árabe), que deu início ao conflito israelo-árabe que se prolonga até hoje.

O pontapé de saída para as celebrações é um evento oficial em Jerusalém que assinala a transição do luto para a celebração com a tradicional iluminação de doze tochas, seguida de marchas militares, atuações musicais, danças e discursos.

Os "milagres" de Israel

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, numa mensagem pré-gravada, afirmou: "Desde a criação do Estado de Israel, muitos milagres tiveram lugar nos últimos 75 anos. Reerguemo-nos das cinzas do Holocausto para a ressurreição. Como nação unida, ganhámos as guerras deste país; absorvemos milhões de olim (imigrantes judeus); estabelecemos uma indústria global e uma gloriosa economia livre; e assinámos acordos de paz históricos com o Egito, a Jordânia, os Emirados, o Bahrein, o Sudão e Marrocos".

O primeiro-ministro referiu-se também aos "milagres que Israel tem pela frente" nos próximos 75 anos de história: "reforçar a nossa segurança, impulsionar a economia e alargar o círculo de paz à nossa volta".

O rabino Leo Dee, que perdeu a mulher e as duas filhas num ataque palestiniano na Cisjordânia ocupada no início do mês, abriu a cerimónia recitando a Yizkor, uma oração judaica de luto, seguida do acender das tochas, uma tradição que remonta a 1949, quando líderes militares e políticos visitaram com tochas o túmulo de Theodor Herzl, o pai do sionismo.

Doze pessoas, distinguidas em diferentes domínios, como a cultura, a religião, a filantropia ou o desporto, acenderam as tochas, simbolizando as Doze Tribos de Israel.

Crescimento exponencial da população

No seu 75º aniversário, Israel tem mais de 9,7 milhões de habitantes - 73,5% dos quais são judeus, 21% árabes e 5,5% de outros grupos étnicos, como drusos ou etíopes - em comparação com a sua população de 800 000 habitantes na altura em que David Ben Gurion declarou a independência.

Desde a fundação do Estado, mais de 3,3 milhões de imigrantes chegaram a Israel, dos quais cerca de 1,5 milhões (43%) depois de 1990, e a grande maioria é judia, com base na Lei do Retorno, que permite a qualquer pessoa com raízes judaicas estabelecer-se. 

O país alberga 46% do total da população judaica mundial e, atualmente, quase 80% dos judeus israelitas são "sabras", ou seja, nascidos em Israel, segundo os dados agora publicados pelo Centro Nacional de Estatística.

 Estima-se que no centenário do Estado de Israel, em 2048, a população israelita ultrapassará os 15,2 milhões.

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