Turquia: Haverá segunda volta na eleição presidencial?

Turcos celebram resultados eleitorais na noite de 14 de maio
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A tensão cresce na Turquia à espera do resultado da eleição presidencial e legislativa. Haverá ou não segunda volta entre Erdogan e Kılıçdaroğlu?

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A Turquia prepara-se para uma segunda volta da eleição presidencial, no escrutínio mais renhido das últimas décadas no país.

O resultado final ainda não é conhecido, mas quando estavam contados 97% dos votos, Recep Tayyip Erdogan vencia sem alcançar os 50%. O Conselho Superior Eleitoral atribuía-lhe 49,49%.

Kemal Kılıçdaroğlu seguia muito perto, com 44,92%.

Na noite eleitoral ambos os candidatos se mostraram confiantes numa vitória na segunda volta. Erdogan, que teve um desempenho melhor do que as sondagens pré-eleitorais previam e mostrou confiança e espírito combativo perante os seus eleitores: "Acreditamos firmemente que continuaremos a servir a nossa nação nos próximos 5 anos."

Inspirado pela possibilidade de uma segunda volta, o principal opositor do presidente, Kemal Kılıçdaroğlu, está convencido: "Se a nossa nação disser segunda volta, aceitamos de bom grado. Vamos ganhar estas eleições na segunda volta", disse, acrescentando: "Esta vontade de mudança na sociedade é superior a 50 por cento"..

Estas eleições têm como pano de fundo uma grave crise económica e o rescaldo de dois terramotos devastadores em fevereiro passado, na sequência dos quais o governo foi fortemente criticado pela sua resposta.

A eleição decide não só a liderança interna da Turquia e o futuro de 85 milhões de turcos, mas o rumo da nação, membro da NATO, na cena internacional.

A contagem dos votos é seguida atentamente pelos governos de todo o mundo. A derrota de Erdogan será um revés para Vladimir Putin, que perde um aliado de peso, mas um alívio para Washington e vários países do Médio Oriente, com relações difíceis com a Turquia.

Erdogan deu ao país uma dimensão incontornável na cena internacional e modernizou a Turquia com novas infraestruturas como pontes, hospitais e aeroportos e uma indústria militar procurada pelos governos estrangeiros, mas a política económica não acompanhou a dinâmica e o país vive numa espiral de crise, agravada pelas consequências dos terramotos devastadores de fevereiro.

Kemal Kılıçdaroğlu é para milhões de turcos o rosto da mudança e a esperança num futuro melhor. O candidato de uma coligação de seis partidos da oposição prometeu dar um novo rumo à Turquia, com o "regresso da democracia" e novas políticas económicas que capacitem as instituições que foram perdendo autonomia sob o controlo rígido do aparelho de estado de Erdogan.

Kilicdaroglu promete também a libertação de milhares de presos políticos e ativistas, incluindo nomes de alto escalão como o líder curdo Selahattin Demirtas e o filantropo Osman Kavala.

A Turquia votou também este domingo para eleger os novos membros do parlamento, mas ainda não se conhecem os resultados. A contagem dos votos decorre em clima de grande tensão, com a oposição a acusar os media públicos de estarem a reter a informação, como aconteceu nas eleições municipais de 2019 e a denunciar o AKP, de Erdogan, de estar a contestar centenas de votos em assembleias em que os resultados não lhe eram favoráveis.

Um dado concreto é a taxa de participação que bateu recordes. 93,6% dos eleitores turcos terão comparecido nas urnas, bem acima dos 87% do escrutínio de 2018.

Se houver segunda volta na eleição presidencial, vai ocorrer no dia 28 de maio.

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