À medida que a ofensiva prossegue no terreno há receio de que os números negros continuem a agravar-se. Israel justificou o ataque por considerar que a cidade de Jenine é “um centro de terrorismo.”
Pelo menos oito palestinianos morreram e cerca de 50 ficaram feridos, alguns em estado grave, na sequência da operação militar iniciada pelo Exército israelita na cidade e campo de refugiados de Jenine, localizada no norte da Cisjordânia ocupada.
A operação, que inclui ataques com recurso a drones e a deslocação de centenas de militares para a região, iniciou-se na madrugada desta segunda-feira.
O governo israelita, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, justificou o ataque por considerar que a cidade de Jenineé “um centro de terrorismo.”
Um porta-voz das forças de segurança israelitas afirmou que o objetivo do que classificou como um "extenso esforço antiterrorista" é um centro de comando de milicianos da Brigada de Jenine, no qual se encontrariam indivíduos envolvidos em vários ataques nos últimos meses contra Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, disse que se têm instigado ataques terroristas contra civis israelitas no campo de Jenine.
Acrescentou: “estamos a atacar (este) centro terrorista com força.”
Acusou ainda o Irão de envolvimento na violência, através do financiamento de grupos palestinianos.
“Por causa dos fundos que recebem do Irão, o campo de Jenine tornou-se um centro de atividade terrorista”, referiu à imprensa, ressalvando que a operação seria conduzida de “forma direcionada” para evitar baixas civis.
Os palestinianos rejeitam as acusações e alegam que a violência é resultado da resposta a décadas de ocupação desde que Israel capturou a Cisjordânia.
Já o ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, sublinhou que a operação estava a decorrer “como planeado”, mas não deu indicações claras sobre quando poderia terminar.
O diário britânico “The Guardian” já descreveu a ofensiva como a maior dos últimos anos na Cisjordânia ocupada.
Na manhã desta segunda-feira eram visíveis extensas nuvens de fumo a emergir das ruas do campo de refugiados. Há relatos de cortes de eletricidade e de destruição à medida que os veículos militares israelitas abriram caminho entre as ruas estreitas.
A comunidade palestiniana, mas também a Jordânia, o Egito e a Organização para a Cooperação Islâmica condenaram a violência.