Há 10 anos acontecia na Ucrânia uma revolução que mudaria o rosto do país, até à invasão russa

1º aniversário da revolução ucraniana, 21 de Novembro de 2014
1º aniversário da revolução ucraniana, 21 de Novembro de 2014 Direitos de autor Sergei Chuzavkov/AP
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Há 10 anos acontecia na Ucrânia uma revolução que mudaria o rosto do país, até à invasão russa

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Em novembro de 2013 o Presidente ucraniano recusava-se a assinar um acordo de associação com a União Europeia e virava-se, inesperadamente, para a Rússia, em contraciclo com o país se inclinava para o bloco forte europeu.

Uma decisão que mudou o rumo do país. Centenas de pessoas, na sua maioria jovens, chamados sobretudo pelas redes sociais, mostravam a sua revolta no centro de Kiev. 

Não foi apenas um protesto político e (...) uma mudança política, foi uma verdadeira transformação existencial. Podia-se sentir o tempo a mudar. Sentia-se a mudança das pessoas. Hoje em dia, intelectuais ucranianos como Vasyl Cherepanyn diriam que a sociedade ucraniana, tal como a conhecemos, nasceu na Maidan.
Marcy Shore
Professora associada de História, Universidade de Yale

Mas foi o uso excessivo da força pelas autoridades contra os manifestantes que fez pender a balança. Ucranianos, de todas as idades, inundaram a capital aos milhares... e nasceu uma revolução.

Andreas Umland, analista do Centro de Estudos para a Europa de Leste, de Estocolmo, explicava que "já não se tratava do acordo de associação em si. O que estava em causa era a dignidade das pessoas, que o governo deveria respeitar". 

O desmantelamento, violento, do pequeno acampamento na Praça da Independência foi, basicamente, o gatilho para uma discordância mais longa de muitos ucranianos com o governo de Yanukovich, com as suas práticas hiper corruptas e a falta de respeito pelo cidadão comum.
Andreas Umland,
Analista do Centro de Estudos para a Europa de Leste

Marcy Shore referia que "nunca ninguém tinha visto tanta gente nas ruas de Kiev" e o mais importante é que o foco tinha deixado de ser a União Europeia, os manifestantes já não gritavam apenas "A Ucrânia é Europa". Estavam a dizer: "não vamos permitir que batam nos nossos filhos!"". 

Três meses de confrontos violentos, durante os quais dezenas de manifestantes foram mortos, culminaram numa mudança de poder no país. 

O presidente Yanukovych fugiu para a Rússia e foram marcadas novas eleições Presidenciais. Kiev e a UE acabaram por assinar o acordo de associação. Mas a Rússia recusou-se a "deixar o país em paz". Sob a presidência de Vladimir Putin, anexou ilegalmente a Crimeia, apoiou uma revolta pró-Rússia em partes do leste da Ucrânia e, em Fevereiro de 2022, lançou uma invasão em grande escala do país.

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