Um dos destaques da primeira noite do desfile do Carnaval do Rio foi o apelo urgente para o fim da mineração ilegal nas terras indígenas.
O Carnaval do Rio de Janeiro começou no domingo, com o início do desfile das principais escolas de samba da cidade. Foi a primeira de duas longas noites, em que cada uma das doze escolas dará um grandioso espetáculo no Sambódromo, um espaço criado há 40 anos pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Cumprindo a tradição, milhares de pessoas aplaudiram os carros alegóricos e os dançarinos naquele que é considerado " O Maior Espetáculo da Terra".
A escola Salgueiro foi um dos destaques, com a homenagem ao maior grupo indígena do Brasil, os Yanomami da Amazónia, que sofrem de desnutrição, doenças como a malária e contaminação dos rios em consequência da mineração ilegal.
"O nosso é um grito de socorro do Brasil e do mundo em geral", disse Davi Kopenawa, líder Yanomami e xamã que orientou a escola de samba sobre como se manter fiel ao seu povo, e desfilou com o Salgueiro. "A minha esperança é que o mundo, ao ouvir nosso apelo, pressione o governo brasileiro para retirar todos os garimpeiros, destruidores da nossa mãe Terra, que sujam a água e matam os peixes", declarou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sob pressão para cumprir as promessas de erradicar a mineração ilegal. O desfile de domingo aconteceu no momento em que o Brasil assinala um ano desde que Lula declarou emergência de saúde pública para o povo Yanomami.
Mais seis escolas desfilam nesta segunda-feira.