O chefe da diplomacia russa não exclui ataques contra os instrutores militares que Paris planeia enviar para a Ucrânia, disse num périplo por vários países africanos próximos de França.
A Rússia não exclui a possibilidade de atacar os instrutores franceses na Ucrânia, cujo envio está atualmente a ser discutido entre Paris e Kiev.
O presidente Emmanuel Macron deseja enviar estes instrutores para o terreno, no seguimento de um programa de formação militar começado há dois anos, e procura formar uma coligação internacional. O plano de Macron consiste no envio de, numa primeira fase, algumas dezenas de instrutores militares e, numa segunda fase, algumas centenas. Estes instrutores devem apenas dar formação e não participar em missões de combate.
Entre as áreas em que os militares franceses vão dar formação aos ucranianos, estão a desminagem, a manutenção, a luta contra as ameaças químicas e atómicas, ou ainda a formação de uma brigada motorizada.
O chefe de Estado francês disse várias vezes que não exclui o envio de militares para missões de combate na Ucrânia, declarações que suscitaram vivas críticas de alguns pares europeus.
Os instrutores franceses são “alvos legítimos” para Moscovo, ameaçou o ministro russo dos Negócios Estrangeiros durante uma visita à República do Congo.
"Quer sejam membros das forças armadas francesas ou simplesmente mercenários, representam um alvo absolutamente legítimo para as nossas forças armadas", disse Serguei Lavrov.
Lavrov está a visitar a Guiné Conacri, o Congo Brazzaville e o Chade, três países africanos próximos de França. O chefe da diplomacia russa visitou várias vezes o continente africano nos últimos dois anos.
A Rússia procura o apoio - ou pelo menos a neutralidade - de muitos dos 54 países de África no contexto da invasão em grande escala da Ucrânia por Moscovo.