O ataque ocorreu perto do hospital Nasser, uma zona que foi classificada como “segura” por Israel. De acordo com o OCHA, cerca de 90% da população da Faixa de Gaza já se deslocou pelo menos uma vez, desde outubro de 2023.
Pelo menos sete palestinianos morreram num ataque a um edifício de cinco andares perto do hospital Nasser, em Khan Younis, dias depois do exército israelita ter ordenado a retirada da população da parte oriental da cidade do sul da Faixa de Gaza.
O hospital Nasser, que antes tinha sido notícia pelas valas comuns descobertas no seu interior, situa-se na parte ocidental da cidade, uma zona que foi classificada como “segura” por Israel.
As famílias deslocadas, que receberam ordens para abandonar a zona oriental de Khan Younis na segunda-feira, têm tido dificuldade em encontrar lugares para viver, tanto em abrigos sobrelotados, como em áreas abertas na zona ocidental da cidade.
O ataque aéreo de quarta-feira atingiu uma zona onde uma escola foi convertida em abrigo para os deslocados, muitos dos quais estão a viver em tendas improvisadas.
Já na terça-feira, um outro ataque aéreo israelita matou um reconhecido médico palestiniano e oito membros da sua família, poucas horas depois de terem cumprido as ordens militares de abandonarem a sua casa e de se mudarem para a “zona segura” designada por Israel.
90% da população da Faixa de Gaza deslocou-se pelo menos uma vez
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) informou que cerca de 90% da população da Faixa de Gaza foi deslocada pelo menos uma vez, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
"Estimamos que nove em cada 10 pessoas na Faixa de Gaza foram deslocadas pelo menos uma vez, se não mesmo 10 vezes, desde outubro", afirmou o responsável do OCHA para os Territórios Palestinianos, Andrea Di Domenico, citado pela AP.
Em quase nove meses de guerra, perto de 38.000 pessoas foram mortas em Gaza e mais de 87.000 ficaram feridas.