Laurent Vinatier foi detido em Moscovo, em junho, sob a acusação de recolha de informações militares ilegal.
O tribunal distrital de Zamoskvoretsky, em Moscovo, ordenou a prisão preventiva de Laurent Vinatier até setembro.
O cidadão francês vai ser julgado sob a acusação de recolha ilegal de informações sobre questões militares.
As autoridades russas acusaram Vinatier de não se ter registado como "agente estrangeiro" e de ter recolhido informações sobre as "atividades militares e técnico-militares" da Rússia, que poderiam ser utilizadas em detrimento da segurança do país.
Se for considerado culpado, Vinatier poderá ser condenado a uma pena de prisão até cinco anos.
Vinatier foi detido na capital russa em junho. Na altura, as tensões entre Moscovo e Paris aumentaram, após o presidente francês Emmanuel Macron ter levantado a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia.
O pedido para ser libertado sob fiança ou colocado em prisão domiciliária foi rejeitado.
Vinatier é conselheiro do Centro para o Diálogo Humanitário, uma organização não governamental com sede em Genebra. A ONG declarou em junho que estava a fazer "tudo o que era possível para o ajudar".
A ONG, que trabalha para prevenir e resolver conflitos armados, comentou que as suas atividades são "imparciais e independentes".
As acusações contra Vinatier decorrem de uma lei que exige que qualquer pessoa que recolha informações sobre questões militares se registe como agente estrangeiro.
A lei tem sido criticada por ativistas dos direitos humanos que afirmam que esta faz parte de uma abordagem do Kremlin para reprimir os meios de comunicação social independentes e os ativistas políticos que criticam a guerra da Rússia na Ucrânia.
As detenções sob a acusação de espionagem e recolha de dados sensíveis tornaram-se cada vez mais frequentes na Rússia desde a invasão total da Ucrânia em fevereiro de 2022.