Plataforma que junta associações de mulheres da União Europeia também vê a extrema-direita como hostil em relação aos direitos das mulheres, apesar de ter uma grande representação feminina.
O novo Parlamento Europeu, eleito em junho, eleito tem menos mulheres. Foi a primeira vez que a percentagem de eurodeputadas diminuiu, desde que se realizaram as primeiras eleições, em 1979. OLobby Europeu das Mulheresdiz que elas estão também pouco representadas nos lugares de poder do parlamento,
Jéromine Andolfatto, do Lobby Europeu das Mulheres, diz que as comissões do Parlamento Europeu com mais poder são compostas sobretudo por homens.
“As pastas que importam, a que chamamos de pastas difíceis, onde há dinheiro, onde há poder, como por exemplo, assuntos estrangeiros, orçamento, economia, geralmente vão para homens, no que diz respeito à liderança das comissões”, diz Andolfatto, que sublinha que a proporção de membros destas comissões também é controlada por homens.
Jéromine Andolfatto diz que esta realidade não está diretamente ligada à ascensão da extrema-direita nas eleições de junho. Também acredita que as eurodeputadas eleitas por estes partidos extremistas não defendem necessariamente os direitos das mulheres.
“Alguns partidos ou grupos de extrema-direita no Parlamento Europeu têm uma representação bastante substancial de mulheres. Mas também são grupos que não são conhecidos por apoiar os direitos das mulheres. São bastante hostis aos direitos das mulheres”, explica.
Trabalho a fazer
Nos últimos anos, a União Europeia tomou algumas decisões para proteger as mulheres. Uma das mais relevantes foi a primeira diretiva comunitária para combater a violência doméstica contra as mulheres. Mas o Lobby Europeu das Mulheres diz que há ainda trabalho a fazer.
“Queremos um orçamento dedicado aos direitos das mulheres, talvez ter condições quando se trata de concursos e atribuição de um orçamento para os direitos das mulheres e igualdade de género.
O Lobby Europeu das Mulheres também defende a paridade entre os comissários. Algo que também é partilhado pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.