O secretário da Defesa norte-americano anulou o acordo negociado para a condenação de Khalid Sheikh Mohammed, considerado o "cérebro" dos atentados de 11 de setembro de 2001, anunciou o Pentágono.
O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd J. Austin III, assumiu a supervisão direta do caso dos atentados de 11 de setembro e voltou a considerar a pena de morte para Khalid Sheikh Mohammed, considerado o "cérebro" da operação.
Esta decisão abrange também os dois acusados, Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi, detidos na base militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba, e incluídos no acordo que evitava a pena de morte.
Os três homens concordaram em declarar-se culpados de todas as acusações, incluindo o assassinato das 2.976 pessoas listadas na ficha de acusação.
“Decidi, dada a importância da decisão de celebrar acordos de condenação antes do julgamento (…), que a responsabilidade de tal decisão devia ser minha”, explicou Lloyd Austin, numa breve nota, divulgada na sexta-feira.
“Com efeitos imediatos, no exercício da minha autoridade, revogo os três acordos de sentença negociados” assinados na quarta-feira, afirmo o secretário da Defesa.
Os três homens são acusados de terrorismo e do assassínio de cerca de três mil pessoas nos atentados de 11 de setembro de 2001, perpetrados pela Al-Qaida, em Nova Iorque e Washington, num dos episódios mais traumáticos da história dos Estados Unidos.
Nunca foram julgados, uma vez que o processo ficou bloqueado pela questão de saber se as torturas a que foram sujeitos nas prisões secretas da CIA (serviços secretos norte-americanos) contaminaram as provas da acusação.
O acordo anunciado na quarta-feira chocou muitos dos familiares das vítimas.