O delfinário Nemo em Odessa enche-se regularmente de visitantes. Crianças e adultos de toda a Ucrânia assistem a este espetáculo para se distraírem um pouco da guerra que se trava lá fora.
Os golfinhos do delfinário Nemo em Odessa estão conscientes da presença de espectadores e, de acordo com o treinador, também se apercebem das manifestações de guerra nos arredores.
"Quando há uma explosão algures, eles só ouvem as vibrações. Deitam-se no fundo e esperam um pouco", explica um dos treinadores que não quis ser identificado.
O bom funcionamento do espaço e do espetáculo é dificultado pelo ambiente de guerra, como os constantes cortes de energia, que afetam a temperatura da piscina, ou pelo facto de alguns treinadores terem de ir lutar na frente de batalha.
Os alertas são frequentes, pelo que apenas uma fração das exibições dos golfinhos chega ao fim. Para além disso, os animais precisam de uma dieta variada, o que é difícil de encontrar em condições de guerra. "Cada golfinho consome 13 tipos de peixe por dia", conta Vladimir, funcionário do Nemo.
Mas, apesar de todas as complicações, o delfinário abre os seus portões todos os dias.
Até ser possível, alguns destes golfinhos permaneceram em Kharkiv, mas esta cidade é regularmente afetada por ataques de mísseis e os animais tiveram de ser movidos.
"Colocamos piscinas móveis no meio de um grande camião. Viajaram com um treinador a quem estão habituados", diz Mariana, outra funcionária do aquário.
Já em Odessa, em caso de necessidade de retirada dos animais, os funcionários do aquário têm de seguir um procedimento específico, que está a ser preparado há várias semanas.