O exército israelita continua a incursão na Cisjordânia, onde pelo menos 14 alegados militantes do Hamas e da Jihad Islâmica foram mortos nos últimos dias.
O líder da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, e o governo da Irlanda instaram os restantes Estados-membros a repensar a relação com Israel na sequência da guerra que dura há vários meses na Faixa de Gaza e custou a vida a mais de 40 mil palestinianos, assim como das recentes incursões na Cisjordânia.
Esta semana, vários ataques em diversas partes da Cisjordânia ocupada terão custado a vida a vários combatentes do Hamas. Esta quinta-feira, o exército de Israel reivindica ter morto cinco membros do grupo armado palestiniano numa mesquita em Tulkarem, depois das ofensivas em Jenin e Tubas. Até agora, a campanha de Israel na Cisjordânia, lançada na quarta-feira, matou pelo menos 14 pessoas.
Na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia em Bruxelas, o chefe da diplomacia irlandesa, Micheál Marin disse que "esta é uma guerra contra os palestinianos e não apenas contra o Hamas". "O nível de baixas na população civil é insuportável, é uma guerra contra a população", acrescentou.
A União Europeia está dividida quanto à atitude para com Israel. Se todos criticam o nível de baixas civis, países como a Áustria, a Alemanha e a Hungria estão entre os maiores defensores de Israel, enquanto Espanha e Irlanda são os maiores críticos.
Josep Borrell, alto representante da UE para a política externa, tem também mantido uma postura de crítica aberta a Israel e instou os Estados da UE a impor sanções ao governo de Benjamin Netanyahu. Borrell diz que "vários ministros do governo israelita têm lançado mensagens odiosas" contra os palestinianos, o que "vai contra o direito internacional e constitui um incitamento a cometer mais crimes".
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza foi lançada na sequência dos ataques do Hamas em solo israelita no dia 7 de outubro do ano passado, em que morreram cerca de 1200 israelitas e foram feitos 251 reféns, 103 dos quais continuam retidos na Faixa de Gaza.