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Cazaquistão decide enviar caixas negras do avião da Azerbaijan Airlines para o Brasil

A aterragem de emergência do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines no solo perto do aeroporto de Aktau, no Cazaquistão, na quinta-feira, 26 de dezembro de 2024.
A aterragem de emergência do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines no solo perto do aeroporto de Aktau, no Cazaquistão, na quinta-feira, 26 de dezembro de 2024. Direitos de autor  AP/Kazakhstan's Emergency Ministry Press Service
Direitos de autor AP/Kazakhstan's Emergency Ministry Press Service
De Peter Barabas
Publicado a Últimas notícias
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O governo do Cazaquistão disse à Euronews que decidiu enviar para o Brasil as caixas negras do voo da Azerbaijan Airlines que se despenhou, para que estas sejam analisadas e o acidente seja esclarecido de forma completa e transparente.

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No comunicado, o governo de Astana diz ter tomado esta decisão pelo facto de o avião da Azal ter sido fabricado no Brasil. O país esclareceu ainda que a decisão foi tomada "após consultas com o Azerbaijão e a Rússia".

"De acordo com as normas do Anexo 13 da Convenção de Chicago, o Estado que conduz a investigação assegura a leitura dos gravadores de voo e decide sobre a seleção de um país para ler e descodificar as caixas negras", refere o comunicado, acrescentando que o Cazaquistão é membro da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO na sigla em inglês).

O Cazaquistão decidiu enviar os gravadores de voo do avião da Azerbaijan Airlines abatido para o Brasil, informaram fontes governamentais cazaques à Euronews
O Cazaquistão decidiu enviar os gravadores de voo do avião da Azerbaijan Airlines abatido para o Brasil, informaram fontes governamentais cazaques à Euronews Azamat Sarsenbayev/Copyright 2024 The AP. All rights reserved

A decisão indica que o Cazaquistão está de acordo com a exigência do Azerbaijão em levar a cabo uma investigação transparente sobre as circunstâncias em que o voo 8432 da Azerbaijan Airlines se despenhou quando tentava fazer uma aterragem de emergência perto de Aktau, na quarta-feira.

O Azerbaijão afirma que o avião foi atingido por um míssil russo terra-ar quando voava sobre Grozny, a capital regional da república russa da Chechénia, e que lhe foi ordenado que atravessasse o Mar Cáspio depois de lhe ter sido recusada uma aterragem de emergência em dois aeroportos russos próximos.

Aliyev "perturbado e surpreendido" com a versão russa dos factos

Horas antes de o Cazaquistão ter anunciado a sua decisão, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, afirmou que o avião foi atingido por fogo do solo sobre a Rússia e "ficou incontrolável devido a uma guerra eletrónica".

Aliyev acusou a Rússia de tentar "abafar" a questão durante vários dias, dizendo-se "perturbado e surpreendido" com as versões dos factos apresentadas por funcionários russos.

"Infelizmente, durante os primeiros três dias não ouvimos nada da Rússia, exceto versões delirantes", afirmou.

Aliyev disse que o Azerbaijão fez três exigências à Rússia em relação ao acidente.

"Primeiro, a Rússia tem de pedir desculpa ao Azerbaijão. Em segundo lugar, tem de admitir a sua culpa. Em terceiro lugar, punir os culpados, responsabilizá-los criminalmente e pagar uma indemnização ao Estado azerbaijanês, aos passageiros feridos e aos membros da tripulação", afirmou.

Pessoas de luto no funeral do primeiro oficial Aleksandr Kalyaninov em Baku, 29 de dezembro de 2024
Pessoas de luto no funeral do primeiro oficial Aleksandr Kalyaninov em Baku, 29 de dezembro de 2024 AP/Copyright 2024 The AP. All rights reserved

Aliyev referiu que a primeira exigência "já foi cumprida", quando o presidente russo, Vladimir Putin, lhe pediu desculpa no sábado.

O presidente russo classificou o acidente como um "incidente trágico", mas não reconheceu a responsabilidade de Moscovo.

O Kremlin afirmou que os sistemas de defesa aérea estavam a disparar perto de Grozny, onde o avião tentou aterrar, para desviar um ataque de um drone ucraniano.

Aliyev disse que estava a decorrer uma investigação sobre o acidente e que "a versão final (dos acontecimentos) será conhecida depois de as caixas negras serem abertas".

O Azerbaijão sempre foi "a favor de um grupo de peritos internacionais" que investigasse o acidente e "recusou categoricamente" a sugestão da Rússia de que o Comité Interestatal da Aviação, que supervisiona a aviação civil na Comunidade de Estados Independentes, investigasse o acidente.

"Não é segredo que esta organização é constituída maioritariamente por funcionários russos e é dirigida por cidadãos russos. Os fatores de objetividade não podem ser totalmente assegurados aqui", disse Aliyev.

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