Depois de os juízes italianos terem ordenado por duas vezes o regresso dos imigrantes transferidos para a Albânia, a viagem do navio Cassiopea, com 49 migrantes a bordo, é a terceira tentativa de Roma para acelerar os procedimentos fronteiriços num país terceiro.
O navio-patrulha Cassiopea, da Marinha italiana, que transportava os 49 migrantes resgatados no fim de semana em águas internacionais a sul de Lampedusa, desembarcou no porto de Shengjin, na Albânia.
O navio entrou no porto às 07h30, informa a Ansa. A bordo estão cidadãos do Bangladesh (a maioria), egípcios, costa-marfinenses e gambianos, que deverão ser sujeitos aos procedimentos fronteiriços acelerados previstos para quem vem de países seguros e não entregou documentos de identificação.
Meloni mantém o modelo da Albânia
Em novembro passado, o modelo de externalização do acolhimento e do repatriamento dos imigrantes foi bloqueado pela segunda vez pelo tribunal dos imigrantes de Roma, com a suspensão da detenção na Albânia de sete imigrantes provenientes do Egito e do Bangladesh.
Para evitar um possível novo bloqueio, o governo de Giorgia Meloni aprovou um decreto-lei rebaptizado de "decreto dos fluxos" com uma lista actualizada dos chamados "países seguros" para os migrantes, incluindo o Egito e o Bangladesh, com a intenção de contornar o obstáculo jurídico imposto pela legislação da UE com uma norma de nível superior ao anterior decreto interministerial. A lei, que entrou em vigor a 11 de janeiro, estipula que já não serão os magistrados da secção de imigração a decidir, mas sim os do Tribunal de Recurso.