Foram resgatadas cerca de 520 pessoas na última madrugada ao largo da pequena ilha de Gavdos, vizinha de Creta.
A pressão migratória na ilha grega de Creta está a aumentar, com o número de migrantes nas cidades de Chania e Retimno a ultrapassar já os 1500.
Durante a noite, foram avistadas 520 pessoas numa embarcação ao largo da ilha vizinha de Gavdos, depois transferidas para Lavrio, na província de Ática, uma vez que as estruturas e os alojamentos existentes em Creta já ultrapassaram os limites, sublinham as autoridades locais.
A embarcação foi detetada a 17 milhas náuticas a sul de Gavdos, com mar agitado e ventos fortes. A operação envolveu um navio de alto mar, um cargueiro com pavilhão das Bahamas, dois aviões e quatro barcos de apoio.
Em Agia, aldeia da província de Chania, há cerca de 900 migrantes, enquanto em Retimno o número de migrantes alojados em locais inadequados é superior a 600. Os municípios e as associações de trabalhadores portuários alertam para o risco de a situação se tornar incontrolável e apelam ao governo para que tome medidas.
Nos últimos meses, houve discussões sobre a criação de zonas de acolhimento temporário na ilha, mas a situação não avançou. No entanto, tendo em conta a nova situação premente, as autoridades pedem a criação de locais específicos para evitar a dispersão de milhares de pessoas.
As preocupações com o aumento dos fluxos intensificaram-se depois de a visita da delegação europeia à Líbia. O comissário europeu para a Migração, Magnus Bruner, o ministro grego com a mesma pasta, Thanos Plevris, e os homólogos de Malta e Itália mantiveram conversações com o governo de Tripoli, mas acabaram por não ser recebidos pelo outro governo líbio, instalado em Benghazi, que expulsou Bruner e o declarou "persona non grata".