As forças russas dispararam dezenas de drones contra territórios ucranianos durante a noite de domingo, matando pelo menos uma pessoa e ferindo outras oito.
Uma pessoa morreu e outras oito ficaram feridas depois da Rússia ter lançado um novo ataque nas últimas 24 horas contra cidades ucranianas.
Segundo Kiev, Moscovo disparou 54 drones Shahed de fabrico iraniano e uma série de drones de engodo durante a noite de domingo, visando pelo menos oito localidades. As Forças Aéreas da Ucrânia afirmam que as defesas aéreas do país intercetaram com sucesso 33 drones, confirmando que os restantes 21 atingiram os seus alvos.
O governador de Donetsk, Vadym Filashkin, afirma que um civil foi morto em Pokrovsk durante os ataques noturnos, numa altura em que a Rússia continua a visar a região oriental da Ucrânia, num esforço para aprofundar a sua posição na região do Donbas.
As autoridades de Chernihiv também anunciaram que um homem ficou ferido num bombardeamento russo na cidade durante a madrugada de domingo. O ataque atingiu algumas das infraestruturas críticas da cidade, provocando um incêndio.
O Serviço Nacional de Emergência da Ucrânia afirma que o Kremlin também efetuou um segundo ataque na região norte, atingindo os bombeiros enquanto estes trabalhavam para conter o incêndio. Pelo menos dois bombeiros ficaram feridos.
Em Zaporíjia, três pessoas ficaram feridas depois de uma grande campanha aérea russa ter visado a cidade no sábado. O governador Ivan Fedorov referiu que esta tinha sido alvo de 523 ataques em 13 povoações, acrescentando que os ataques continuaram no domingo.
Os ataques russos intensificaram-se drasticamente nos últimos tempos, apesar da crescente pressão mundial sobre o Kremlin e o presidente Vladimir Putin para que diminuam a escalada e encetem conversações de paz.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, afirmou num post no X, no domingo, que Moscovo tinha disparado mais de 1500 drones, 1280 bombas aéreas guiadas e 50 mísseis de vários tipos contra cidades ucranianas só na última semana.
O líder ucraniano referiu ainda que muitos destes projéteis russos tinham componentes produzidos por países europeus e outros aliados.
"Foram encontrados milhares de componentes estrangeiros neste armamento - mais de 132.000 itens - de muitos países: Europa, Estados Unidos, China, Japão e dezenas de outros", escreveu Zelenskyy.
Zelenskyy referiu que este apoio estrangeiro ajudou a Rússia a criar armas em grande escala para "o terror contra o nosso povo". Zelenskyy avisou ainda que, se a Rússia não for travada, esta ameaça irá "certamente" expandir-se para os países europeus e do Indo-Pacífico.
"As sanções fortes são um instrumento que ajudará a travar esta situação. Temos de cortar todas as rotas de abastecimento e meios de evasão às sanções e exercer pressão sobre os países e as empresas que os ajudam".
O presidente do Parlamento Europeu apelou também a uma maior pressão sobre a Rússia para a forçar a sentar-se à mesa das negociações e pôr termo à invasão em grande escala, que já vai no seu quarto ano.
"Contamos que o 19º pacote de sanções da UE seja verdadeiramente doloroso e que os Estados Unidos se juntem aos europeus", acrescentou.
Entretanto, a Ucrânia também partilhou o facto de estar a ter um sucesso militar significativo no terreno. Os serviços secretos militares do país - HUR - anunciaram no domingo que tinham destruído três helicópteros russos Mi-8 na península ocupada da Crimeia.
O Mi-8 é amplamente utilizado pela Rússia para transporte, apoio de combate e missões de reconhecimento.
Também partilharam que uma estação de radar na Crimeia, um sistema móvel de alerta precoce utilizado pela Rússia para a deteção precoce de aviões furtivos e mísseis de cruzeiro a longa distância.