A expulsão ocorre depois de as autoridades checas e polacas terem expulsado diplomatas bielorrussos no início deste mês, no âmbito de uma ação mais vasta contra uma rede de espionagem europeia constituída por agentes da agência de segurança estatal KGB da Bielorrússia.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia convocou um diplomata polaco de alto nível e ordenou a um diplomata checo que abandonasse o país no prazo de 72 horas, numa atitude de retaliação que surge depois de ambos os países terem expulsado diplomatas bielorrussos por espionagem no início do mês.
Numa declaração emitida na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia disse que "a situação atual foi causada pelos anos em que as autoridades checas cultivaram uma atitude tendenciosa em relação à Bielorrússia".
As autoridades checas e polacas expulsaram os diplomatas bielorrussos, no âmbito de uma ação mais vasta contra uma rede de espionagem europeia constituída por agentes da agência de segurança estatal KGB da Bielorrússia, descoberta pelos serviços secretos da Chéquia, da Hungria e da Roménia.
Segundo a agência de informação checa (BIS), a Bielorrússia conseguiu criar esta rede de espionagem porque os seus diplomatas podem viajar livremente pelos países europeus.
"Para combater com sucesso estas atividades hostis na Europa, temos de restringir a circulação de diplomatas acreditados da Rússia e da Bielorrússia no espaço Schengen (sem fronteiras)", afirmou o diretor da BIS, Michal Koudelka, em comunicado.
Aumento das tensões com a Polónia
Na mesma declaração, Minsk disse que os detalhes da conversa com o diplomata polaco convocado seriam revelados "numa data posterior".
"A parte bielorrussa considera que este incidente diplomático está encerrado. Na eventualidade de uma nova escalada, a Bielorrússia responderá de forma adequada. Esta posição foi comunicada a Varsóvia e a Praga".
Varsóvia fechou a sua fronteira com a Bielorrússia na noite de 11 para 12 de setembro, em resposta aos exercícios militares conjuntos russo-bielorrussos "Zapad" em grande escala.
Os exercícios começaram pouco depois de uma incursão sem precedentes de pelo menos 19 drones russos no espaço aéreo polaco, o que deixou os aliados da NATO em alerta máximo.
A Bielorrússia é liderada pelo presidente autoritário Alexander Lukashenko, que é um aliado próximo do presidente russo Vladimir Putin.
Lukashenko permitiu que a Rússia utilizasse o território bielorrusso como ponto de partida para a invasão total da Ucrânia por Moscovo, em fevereiro de 2022, e mais tarde autorizou a instalação de mísseis nucleares táticos russos.