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EUA partilham informações com a Ucrânia para ajudar a eliminar capacidade de refinação da Rússia

ARQUIVO: O Presidente Donald Trump cumprimenta o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, na Casa Branca, segunda-feira, 18 de agosto de 2025, em Washington.
ARQUIVO: O Presidente Donald Trump cumprimenta o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, na Casa Branca, segunda-feira, 18 de agosto de 2025, em Washington. Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Sasha Vakulina
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Os EUA terão concordado em fornecer informações à Ucrânia para apoiar ataques de longo alcance às instalações energéticas russas.

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De acordo com a imprensa norte-americana, os Estados Unidos vão fornecer informações à Ucrânia para apoiar ataques de longo alcance contra alvos de infraestruturas energéticas no interior da Rússia.

A decisão marca um passo crucial e assinala uma mudança significativa na posição de Washington em relação ao apoio à Ucrânia, uma vez que prova o reforço do empenho dos EUA em ajudar o país, apesar da contínua rejeição de Moscovo a negociações diretas com Kiev.

Os responsáveis norte-americanos afirmaram que as informações permitirão à Ucrânia atingir "refinarias, oleodutos, centrais elétricas e outras infraestruturas longe das suas fronteiras", tendo Washington instado os aliados da NATO a seguirem o exemplo e a expandirem uma cooperação semelhante.

As informações partilhadas pelos EUA, incluindo imagens de satélite e outros dados de monitorização, poderão ser de grande ajuda para melhorar a precisão dos ataques da Ucrânia no interior da Rússia.

A administração norte-americana liderada pelo presidente Donald Trump está também a ponderar a entrega de mísseis Tomahawk a Kiev, que podem atingir alvos até 800 quilómetros de distância.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy confirmou que discutiu esta possibilidade com o seu homólogo norte-americano, durante a cimeira da Comunidade Política Europeia em Copenhaga.

"Falámos com os Estados Unidos. Estamos muito gratos ao presidente Trump por este diálogo. Da última vez tivemos uma reunião muito boa, um diálogo muito produtivo. E falámos sobre armas de longo alcance", disse Zelenskyy.

"Até agora, usámos apenas as nossas armas. Depois da minha reunião com Trump, talvez tenhamos algo mais. Veremos".

"Fazemos o nosso melhor para ter os EUA do nosso lado", disse.

Os mísseis Tomahawk estão na lista de desejos de Kiev há algum tempo. Com um alcance operacional entre 1600 e 2500 quilómetros e uma poderosa ogiva de cerca de 400-450 quilogramas, estes mísseis poderiam reforçar os ataques ucranianos nas profundezas da Rússia.

De momento, a Ucrânia depende de mísseis fornecidos pelo Ocidente, como o Storm Shadow, cujo alcance é limitado a cerca de 250 quilómetros.

Para qualquer alcance superior a este, Kiev está a utilizar os seus drones e mísseis semelhantes a drones produzidos internamente, como o Palianytsia, mas a carga útil das suas ogivas está limitada a 50-100 quilogramas.

É por isso que Kiev acredita que a partilha de informações dos EUA poderia reforçar a estratégia de ataque profundo da Ucrânia, enquanto os mísseis Tomahawk poderiam transformá-la completamente.

Kiev destruiu quase 40% da capacidade de refinação da Rússia

Nos últimos meses, a Ucrânia intensificou significativamente os ataques contra as instalações energéticas russas, mas Kiev insiste que "não está a atacar infraestruturas civis, como a Rússia tem feito na Ucrânia" e que está "apenas a responder aos ataques à nossa energia (da Ucrânia)".

O que Kiev precisa, segundo Zelenskyy, é de "ser comparável".

"Quando eles (Rússia) utilizam 500 drones por dia, nós utilizamos 100-150. Precisamos de financiar a nossa capacidade", afirmou o líder ucraniano, acrescentando que, em comparação com a resposta de Kiev há um ano, quando Moscovo atacou as suas infraestruturas energéticas civis, a situação é agora diferente e a Rússia "sente a nossa forte resposta".

Zelenskyy explicou ainda que os dirigentes russos terão de responder a "mais perguntas", referindo-se ao agravamento da escassez de combustível.

De acordo com os meios de comunicação social afiliados ao Kremlin, cerca de 40% da capacidade russa de refinação de petróleo para gasolina e gasóleo foi interrompida devido aos ataques de drones ucranianos no final de setembro.

Os ataques de Kiev visaram pelo menos 16 das 38 refinarias de petróleo russas desde agosto de 2025, provocando uma escassez de combustível em toda a Rússia, segundo o FT.

Em algumas regiões, a gasolina está limitada a 10-20 litros por cliente.

Com o agravamento da situação nas últimas semanas, a Rússia está a preparar-se para importar gasolina da China, da Coreia do Sul e de Singapura para compensar a crescente escassez de combustível no país.

Para tal, Moscovo tenciona suprimir os direitos de importação sobre o combustível que entra por determinados postos de controlo no Extremo Oriente e está disposta a subsidiar os importadores, cobrindo a diferença entre os preços do mercado mundial e os preços mais baixos da gasolina no mercado interno, utilizando fundos do orçamento federal.

Os meios de comunicação social afiliados ao Kremlin noticiaram que o vice-primeiro-ministro Alexander Novak enviou uma carta ao primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin, alertando para o risco de uma maior deterioração do abastecimento interno de gasolina em Moscovo, apesar das intervenções planeadas pelo governo.

De acordo com os relatórios, as companhias petrolíferas russas não têm capacidade para reparar os danos e resolver a situação. As reparações nas refinarias afetadas poderão demorar meses, uma vez que as sanções ocidentais bloquearam o fornecimento do equipamento necessário.

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