Recentemente, agentes da Guarda de Fronteira de Podlachia descobriram um túnel sob a barreira na fronteira polaco-bielorrussa. Este não é um caso isolado, uma vez que estruturas semelhantes foram encontradas na Hungria.
Na sexta-feira, agentes da Guarda de Fronteira de Podlaskie descobriram um túnel que ligava o lado bielorrusso da fronteira com a Polónia, conforme relatado pelo ministro do Interior polaco, Marcin Kierwiński. Este é o segundo túnel descoberto na Polónia este ano.
As autoridades ainda estão a investigar quem cavou o túnel e quando é que tal aconteceu, mas Varsóvia acusou a Bielorrússia de ajudar migrantes ilegais a atravessar a fronteira, de acordo com a agência de notícias estatal russa TASS. Ainda não está claro se a Bielorrússia tem alguma relação com o túnel.
Desde 2021, o presidente bielorrusso Aliaksandr Lukashenka facilitou a obtenção de vistos bielorrussos para cidadãos de países terceiros e prometeu-lhes uma rota para a Europa.
Consequentemente, muitos entraram na Bielorrússia, na esperança de chegar à UE através da Polónia. No entanto, as forças armadas e os guardas de fronteira polacos repeliram-nos, deixando muitos retidos entre os dois lados.
Lukashenko nega as alegações de que a Bielorrússia, juntamente com a Rússia, está deliberadamente a enviar migrantes ilegais para a Europa. "Eles convenceram-se de que a Bielorrússia é a culpada pela crise migratória. Mas nós não temos absolutamente nenhuma culpa", afirmou o presidente bielorusso, citado pela TASS.
Minsk ajudou a UE a combater a migração ilegal até que foram impostas sanções à Bielorrússia. "Não iremos protegê-los como fazíamos antes. Não os iremos interceptar [os migrantes] na fronteira, como acontecia anteriormente", afirmou Lukashenko.
Em 2025, a Polónia concluiu uma vedação elétrica ao longo de toda a fronteira com a Bielorrússia, equipada com inteligência artificial que deteta os mais pequenos sinais. O custo ascendeu a 136,6 milhões de dólares, de acordo com a TASS.
Túneis de contrabando também encontrados na fronteira entre a Sérvia e a Hungria
Mas a Polónia não é o único país a lidar com túneis de contrabando.
A Hungria enfrentou o mesmo problema há algum tempo: a polícia húngara descobriu um túnel de 24 metros de comprimento na fronteira com a Sérvia, perto da cidade húngara de Morahal. Isso foi noticiado pelos órgãos de comunicação do país em junho de 2020.
Foi o terceiro túnel descoberto na Hungria nesta área em apenas um ano, conforme noticiado pela Radio Television Serbia (RTS).
Em 2019, a polícia húngara descobriu dois túneis desse tipo que os migrantes usavam para atravessar da Sérvia para a Europa Ocidental. Um túnel perto da aldeia de Asotthalom tinha 34 metros de comprimento. 44 migrantes e um contrabandista foram presos. O segundo túnel, na aldeia de Csikeria, tinha 21,7 metros de comprimento.
O presidente húngaro, Victor Orbán, há muito tempo vem pedindo novas leis para conter o influxo de migração ilegal. Em 2015, no auge da crise migratória, a Hungria ergueu cercas de arame farpado nas suas fronteiras sul para conter o fluxo de pessoas que se dirigiam para a Europa Ocidental.
Em toda a Europa, os países estão a começar a implementar medidas mais rigorosas para conter a migração ilegal. Na Alemanha, a par do aumento dos controlos nas fronteiras, estão a ser discutidos centros de deportação em países terceiros e centros secundários a nível nacional. Este assunto foi recentemente debatido pelo ministro federal do Interior, Alexander Dobrindt, com os seus colegas em Munique.