Assembleia Municipal chumbou uma proposta que poderia ajudar a salvar o evento, cujo o atual proprietário não pretende manter. O fundado do festival quer recuperá-lo e o líder do partido Tiszajá garantiu que este irá acontecer.
A Assembleia Municipal da Capital, Budapeste, votou na quarta-feira à noite sobre a proposta apresentada pelo presidente da Câmara Municipal, Gergely Karácsony, para ajudar a salvar o Festival Sziget.
A empresa americana de capital privado KKR, que comprou a atual proprietária do Festival Sziget (Superstruct Holding ) decidiu retirar-se do festival, alegando a situação instável na Hungria, o que levou ao término do contrato de uso do terreno entre o festival e as autoridades municipais de Budapeste.
O próprio organizador do festival confirmou que o futuro do evento era incerto, uma vez que o atual proprietário estrangeiro não estava disposto a assumir mais riscos financeiros.
Karácsony propôs que a cidade de Budapeste anulasse o contrato atual com a organização do Sziget, para permitir que uma nova estrutura (preferencialmente húngara) assumisse o festival, sob condições de longo prazo, com benefícios para a cidade (descontos, iuso de espaço público com condições especiais),mas a proposta foi acabou por não ser apoiada pela maioria dos deputados que exigiram garantias que o festival iria realmente acontecer e que a cidade não perdiria receitas públicas.
Assim, ficou decidido que não é possível rescindir o contrato original relativo à taxa de utilização do espaço público, tornando-se impossível celebrar o novo contrato a tempo.
Os partidos Fidesz e Tisza abstiveram-se ou não votaram, o que fez com que a proposta não alcançasse a maioria que era precisa para permitir a Budapeste rescindir o acordo de utilização de terrenos - ainda válido por mais um ano - com os atuais proprietários do festival.
O presidente da Câmara de Budapeste escreveu nas redes sociais que, por causa das facções Fidesz e Tisza, "a economia nacional vai perder dezenas de milhares de milhões de forints e os residentes de Budapeste vão perder os seus descontos".
"A questão é relativamente simples: não é possível celebrar um novo contrato oficial enquanto o antigo contrato oficial estiver em vigor, nem mesmo apresentar um pedido legalmente válido", explicou.
O acordo sobre o uso do solo trouxe 220 milhões de forints em receitas para a capital - dinheiro que os membros da assembleia não estavam dispostos a abdicar.
No entanto, o cancelamento do festival causará uma perda muito maior para o orçamento da cidade, e é incerto se essa receita poderá sequer ser cobrada à empresa estrangeira.
Tisza e fundador do Sziget chegam a acordo
Apesar da confusão, abriu-se uma nova janela de esperança para o festival. Esta quinta-feira o partido Tisza e o fundador do festival, Károly Gerendai, que pretende recuperá-lo, alcançaram um acordo para novas negociações na Assembleia Municipal sobre o tema.
Nas redes sociais, Peter Magyar, líder do Tisza, disse que o festival irá acontecer.
Numa publicação disse que combinou "com Károly Gerendai que nos encontraríamos no próximo ano no Festival Sziget" e que "era possível encontrar uma solução para que a capital agisse como uma administradora cuidadosa dos fundos públicos e o Festival Sziget continuasse a ser um dos eventos culturais e musicais mais bem-sucedidos da Hungria.
Também o presidente da Câmara de Budapeste disse nas redes sociais que recebeu "uma carta do Sziget e Károly Gerendai , resumindo o que eles podem fazer em relação à organização do festival", considerando que "garantir o futuro do Sziget é apenas uma formalidade legal, não havendo necessidade de uma assembleia geral extraordinária. Podemos concluir essa tarefa na assembleia ordinária de novembro. Enquanto isso, a organização do Sziget do próximo ano pode começar.”