A Ucrânia e a Grécia concordaram em iniciar a produção conjunta de drones navais em estaleiros gregos, uma decisão fortemente criticada pelo Kremlin, que fala em "política de provocação e de confronto com a Rússia". Moscovo diz que responderá de forma adequada ao anúncio.
O Kremlin responderá de forma adequada à decisão da Grécia de construir e utilizar drones marítimos com a Ucrânia, avisou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.
"Este passo, como muitas outras acções anti-russas do mundo ocidental coletivo destinadas a derrotar a Rússia no campo de batalha, recebeu a avaliação necessária da nossa parte e será seguido pela reação apropriada", reforçou a porta-voz russa, indicado que a Grécia "está a seguir uma política de provocação e de confronto com a Rússia e está a tomar medidas francamente hostis".
"Atenas foi um dos primeiros países a enviar à Ucrânia armas e munições, que as forças armadas ucranianas utilizam diariamente contra civis em Donbass, em Zaporíjia, Kherson, na Crimeia e noutras regiões do sul do nosso país. E tudo isto apesar do facto de os gregos viverem nestas áreas desde tempos imemoriais", afirmou Zakharova durante uma conferência de imprensa, citada pela agência noticiosa russa TASS.
Grécia responde através do Ministério dos Negócios Estrangeiros
"As ameaças contra Estados soberanos são automaticamente rejeitadas", sublinharam fontes diplomáticas a propósito das declarações da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa.
"A Grécia, nas suas relações internacionais, atua sempre com base na adesão ao direito internacional e no respeito pelos Estados", salientaram as fontes diplomáticas, acrescentando que "é um direito evidente de cada Estado concluir acordos" entre países.
A Grécia defendeu ainda a parceria ucraniana, garantindo que os acordos celebrados com o país "garantem a suficiência energética e a segurança, que é uma condição do bem-estar humano".
Após a conclusão da visita de Volodymyr Zelenskyy a Atenas, o presidente ucraniano e grego emitiram uma declaração conjunta, na qual é referido que os países "concordaram em aprofundar a cooperação em matéria de defesa, centrando-se no reforço da segurança marítima, incluindo a cooperação no desenvolvimento e utilização de veículos aéreos não tripulados (UAV) marítimos, a realização de exercícios conjuntos e a formação relacionada com sistemas marítimos não tripulados, bem como o reforço do intercâmbio de informações sobre ameaças marítimas".