Para estar "preparado para a guerra", a digitalização deve ser avançada e o exército deve ser equipado com drones. Nos próximos anos, as forças armadas alemãs planeiam equipar algumas unidades com drones de ataque.
O exército alemão planeia instalar seis unidades com drones de ataque nos próximos anos. "Iniciámos uma série de testes", explicou o tenente-general Christian Freuding, que é o novo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (ou Inspetor, como é chamado na Alemanha) desde outubro deste ano.
A primeira bateria de médio alcance deverá estar pronta para ser utilizada em 2027. Seguir-se-ão mais cinco unidades até 2029, uma das quais deverá ser equipada com armas de precisão de longo alcance.
A fase de testes mencionada por Freuding diz respeito às chamadas "loitering munitions", também conhecidas como "drones kamikaze".
Estes veículos aéreos não tripulados podem circular no céu durante muito tempo até que um alvo seja encontrado e selecionado pelo operador do drone. No entanto, existem também drones deste tipo que voam de forma autónoma e são controlados por inteligência artificial. Se o alvo for selecionado pelo drone, o lançamento tem de ser confirmado por um operador humano.
Os objectivos de Freuding para o exército
O objetivo de Freuding como inspetor do exército é a "capacidade de guerra" e a "viabilidade futura", noticiou esta semana o portal "Defence Network" da Associação de Apoio ao Exército Alemão (FKH), em Berlim.
Freuding deixou claro que o exército deve ser significativamente reforçado, tanto em termos de pessoal como de equipamento. Os planos incluem a criação de novas unidades, como a 45ª Brigada Blindada na Lituânia, a Força de Defesa Aérea do Exército e baterias com munições de reserva.
As inovações não devem ser apenas desenvolvidas a nível central, mas também testadas diretamente a nível de esquadrão e pelotão com os soldados: testar, desenvolver os seus próprios procedimentos, permitir o fracasso e aprender com os erros.
De acordo com a Defence Network, Freuding formulou seis diretrizes para as aquisições, incluindo alta tecnologia que seja robusta e disponível em grandes quantidades e que possa ser substituída rapidamente e o desenvolvimento de novos sistemas em colaboração com os militares para que sejam fáceis de utilizar.
Exige também que os prazos de entrega e a qualidade sejam mantidos de forma fiável e que as lacunas de capacidade sejam colmatadas "imediatamente" com soluções provisórias ou sistemas fiáveis. O inspetor apela à indústria para que implemente novos conceitos de massa, escalabilidade e cadeias de abastecimento resilientes.
Progresso da digitalização é um obstáculo para o inspetor
De acordo com a reportagem, Freuding está muito menos satisfeito com o progresso do projeto de comunicações digitais de combate, no valor de vários milhares de milhões de euros.
Este inclui comunicações por satélite, tablets em rede com relatórios de situação, transmissão de dados de rádio encriptados e plataformas de comunicação tática.
O objetivo é ligar o exército alemão em rede com os parceiros e aliados da NATO, de modo a poder "operar de forma ágil e eficiente no campo de batalha". "A digitalização deve tornar o exército compatível e interoperável", afirma.
Para Freuding, o estado técnico até agora é inadequado e já está a ter um impacto na prontidão operacional das unidades e formações.
Quando os testes atuais estiverem concluídos, em dezembro, terão de ser tomadas "decisões fundamentais" sobre a forma como a tecnologia de comunicação digital, urgentemente necessária, pode ser integrada nos veículos e sistemas de armas, a fim de satisfazer os requisitos operacionais das tropas.