A Defesa Civil de Gaza encontrou os restos mortais de um homem morto num ataque israelita há dois anos. Os corpos estão a ser identificados.
Pelo menos 45 corpos foram retirados dos destroços de um único edifício na cidade de Gaza na segunda-feira. A operação foi levada a cabo muito tempo depois de a estrutura ter sido destruída pelas Forças Armadas de Israel.
O ataque ocorreu cerca de dois meses após o atentado terrorista do Hamas de 7 de outubro, atingindo um edifício residencial.
Os familiares das vítimas afirmaram que mais de 100 pessoas se encontravam no local aquando da ofensiva: 94 delas foram mortas e 20 ficaram feridas.
"Se tivéssemos escavadoras maiores, o processo de intervenção seria mais rápido" disse à Al Jazeera Mahmoud Basal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza.
"O problema é que, a este ritmo, precisaríamos de aproximadamente três anos para concluir os esforços de recuperação", acrescentou.
Abu Muhammed Salem, parente da família que ficou soterrada sob os escombros de casa após a destruição por bombas israelitas, espera que as vítimas possam ser enterradas.
"O meu desejo é que possamos recuperar o último corpo para que possam ser levados para o cemitério em Deir el-Balah, e então saberemos onde estão enterrados", referiu.
Os restos mortais foram levados para Al-Shifa, um hospital central em Gaza. Os familiares dizem que, muitas vezes, a identificação só é possível através das roupas.
A Defesa Civil palestiniana pede mais escavadoras para acelerar a recuperação dos corpos de milhares de palestinianos presos debaixo dos destroços dos edifícios destruídos, argumentando que não há maquinaria pesada suficiente para essa operação. Estima-se que os cadáveres de mais de 9.500 palestinianos ainda não foram recuperados, avança a Al Jazeera.
Segundo as Nações Unidas, mais de 60 milhões de toneladas de escombros precisam de ser removidos da Faixa de Gaza. Israel, alegando o possível uso de máquinas pesadas como armas pelo Hamas, restringe a entrada de escavadoras no exclave palestiniano, em violação do cessar-fogo.
O conflito entre Israel e ao Hamas causou a morte de mais de 70 mil palestinianos desde o ataque de 7 de outubro de 2023, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo grupo islâmico.