Anteriormente, as notas de 2 mil liras apresentavam o líder deposto Bashar al-Assad, enquanto as notas de mil liras apresentavam o seu pai Hafez al-Assad, mas estas imagens foram retiradas com as novas notas.
O Presidente interino da Síria, Ahmed al-Shara, apresentou a nova moeda do país numa cerimónia realizada em Damasco, na segunda-feira, juntamente com o governador do Banco Central da Síria, Abdulkader Husrieh.
A nova moeda vai substituir, a partir de 1 de janeiro de 2026, a unidade em circulação do regime deposto de Bashar al-Assad, que sofreu uma grave desvalorização após quase 14 anos de guerra civil. Ao câmbio de hoje, um euro vale 13 mil libras sírias.
Anteriormente, as notas de 2.000 liras apresentavam o líder deposto Bashar al-Assad e as notas de 1.000 liras apresentavam o seu pai Hafez al-Assad, mas estas imagens foram retiradas com as novas notas.
A "lira síria" foi impressa em novas denominações de 10, 25, 50, 100, 200 e 500.
De acordo com a agência noticiosa oficial síria SANA, no seu discurso durante a cerimónia, al-Shara afirmou que se iniciou "uma nova era" na moeda e que se iniciou um novo processo para a Síria.
Abdulkader Husrieh, o presidente de transição, indicou que esta moeda "expressa uma nova identidade nacional e distancia-se da veneração individual", aludindo à reprodução da imagem de al-Assad nas notas em circulação no país.
Em alternativa, a nova libra vai oferecer "formas simbólicas relevantes para a realidade síria, à medida que as pessoas vão e vêm" do país. "Ao conceber a atual moeda síria, recuperámos a memória histórica de produtos que eram originalmente abundantes na Síria", descreveu, apontando como exemplos o trigo e a azeitona.
O governador do Banco Central da Síria anunciou também que o processo de mudança de moeda estará concluído em 90 dias.
Sublinhando que a remoção das notas antigas de maior valor facilitará as transações diárias, mas que isso, por si só, não significa recuperação económica, al-Shara afirmou que o crescimento sustentável seria possível através do aumento da produção, da redução do desemprego e de um sistema bancário forte.
Salientando a importância da serenidade social no processo de transição, afirmou que as atuais notas serão gradualmente substituídas dentro de um determinado calendário.
O conselheiro presidencial Abdullah al-Shamma explicou que a reforma monetária assenta em cinco pilares: assegurar a estabilidade monetária, criar um mercado cambial transparente, um setor bancário forte, uma infraestrutura de pagamentos digitais segura e uma integração financeira internacional sustentável.