O INE revelou uma escalada homóloga de 2,8% do PIB português nos primeiros três meses deste ano, mas o chefe de Estado referiu salientar a subida de 1% em linha porque "é a comparação imediata que importa."
O Presidente da República Poertuguesa manifestou-se esta segunda-feira “feliz” com os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), mas pediu que “não se embandeire em arco” e se mantenha o valor ao longo do ano para que Portugal possa crescer “claramente acima dos 2%”, como deseja o chefe de Estado.
“Não embandeirar em arco, ficar feliz, para não dizer mesmo bastante feliz, e tentar manter este ritmo ou um ritmo próximo no resto do ano”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas, no final de uma aula-debate no Liceu Camões sobre Álvaro Cunhal, em Lisboa.
O chefe de Estado sublinhou que “se se mantiver” o ritmo de crescimento da economia — segundo o INE, 2,8% no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano passado e 1% comparando com o trimestre anterior — poderá atingir-se o valor a que apelou: “Um crescimento claramente acima dos 2%”.
Produto Interno Bruto aumentou 2,8% em volume https://t.co/I0GrUXZCVv
— INE Portugal (@pt_INE) 15 de maio de 2017
“Vamos ver se se mantém, se se mantiver pode dar um número histórico”, afirmou, escusando-se a pronunciar se o Governo poderá rever em alta a sua previsão de crescimento para este ano.
“É uma decisão do governo, não me pronuncio. Permite esperar, se se mantiver, um valor muito positivo para este ano mas é preciso que se mantenha para se atingir aquilo que é fundamental que é um crescimento acima de 2%”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou o crescimento de 1% em relação ao trimestre anterior porque “é a comparação imediata que importa”, e classificou como positivo o aumento das exportações.
A modernização da agricultura tem dado bons resultados. São contributos como este que permitiram o crescimento do PIB conhecido hoje. pic.twitter.com/VmTDifah00
— António Costa (@antoniocostapm) 15 de maio de 2017
“Porque é que é importante? Porque corresponde a um trimestre em que o turismo por natureza não é muito forte, é um efeito de exportações muito mais vasto”, salientou.
Com o verão à porta e o turismo em Portugal a “surfar” uma onda muito positiva, o chefe de Estado apontou ainda que se registou uma desaceleração relativa do consumo interno e uma “ligeira desaceleração do investimento – que cresce mas desacelera em relação ao trimestre anterior”. “Há aqui sobretudo um esforço das exportações”, destacou.
Turismo faz subir preços em #Portugal em Abril — INEhttps://t.co/yC5olY1CiMpic.twitter.com/yq0gyDd6i8
— Notícias de Hotéis (@HotelsNewsPT) 13 de maio de 2017
A economia portuguesa cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano passado e, comparando com o trimestre anterior, cresceu 1%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais relativas aos primeiros três meses deste ano, divulgadas hoje pelo INE, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 2,8% em volume no 1.º trimestre de 2017, em termos homólogos, depois de no trimestre anterior ter registado uma variação homóloga de 2%.
Este desempenho trimestral homólogo é, assim, o mais positivo dos últimos 10 anos, já que iguala o crescimento verificado no último trimestre de 2007, período em que a economia portuguesa cresceu também 2,8%.
Crescimento económico iguala o valor mais elevado do século https://t.co/NMmiwt3KoZ
— República Portuguesa (@govpt) 15 de maio de 2017
O INE indica que, quanto à variação homóloga, “esta aceleração resultou do maior contributo da procura externa líquida, que passou de negativo para positivo”, traduzindo o aumento mais acentuado das exportações do que o das importações, ao passo que a procura interna “manteve um contributo positivo elevado, embora inferior ao do trimestre precedente”, registando-se uma “desaceleração do consumo privado e uma aceleração do investimento”.
O Governo espera um crescimento do PIB de 1,8% este ano.
Texto: Lusa (SMA/ ND/ SP)
Edição: Francisco Marques