Em paralelo com a vacinação, os governos dos 27 países tentam terminar, rapidamente, os planos de investimento para utilizarem as verbas do novo fundo de recuperação da União Europeia.
A campanha de vacinação contra a Covid-19 está no centro das atenções dos políticos e dos cidadãos da União Europeia. É vista como a melhor ferramenta para pôr fim à crise de saúde pública e permitir relançar a atividade sócio-económica.
O tempo urge, disse o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni: "O ponto de viragem para a economia não depende de desenvolver as vacinas em si, mas do sucesso da vacinação. O processo de vacinação deve decorrer o mais rapidamente possível para ter consequências no nosso quotidiano e nas economias", explicouem entrevista à euzonews.
Apesar de críticas sobre alguma lentidão no processo, Paolo Gentiloni defende a estratégia de coordenação posta em prática pela Comissão Europeia e pelos Estados-membros.
"Tivemos um muito bom ponto de partida, baseada numa aquisição e distribuição comum das vacinas. Mas agora temos de prosseguir com esta campanha de vacinação de forma a que tenha impacto económico positivo nas próximas semanas e meses", acrescentou.
Confiança precisa-se
O executivo comunitário ainda não se compromete com estimativas claras sobre a capacidade da economia europeia voltar a crescer, face às medidas restritivas ainda em vigor nos Estados-membros. É preciso perceber o impacto dos contágios durante a época de festas em dezembro passado.
Mas os economistas também concordam que uma campanha de vacinação bem-sucedida poderá aumentar a confiança das empresas e cidadãos nos seus planos de produção e consumo.
“É claro que os investimentos das empresas dependem do grau de confiança sobre conseguirem vender bens e serviços no futuro. Os consumidores poderão querer já fazer reservas para férias, começar a gastar antecipadamente. Acredito que tudo isso poderá permitir uma recuperação mais veloz", disse Mathias Dewatripont, professor de Economia na Universidade Livre de Bruxelas.
A logística da campanha de vacinação é complexa em termos da capacidade de produção e distribuição, mas atingir a imunidade de grupo é crucial para ter mudanças mais fortes nos padrões de consumo .
“É o regresso a uma vida normal que vai permitir, antes de mais nada, aumentar a atividade económica em muitos setores. Um aspeto importante é que há pessoas que continuam a ter muito medo. Por exemplo, os hotéis estão abertos em Bruxelas, mas as pessoas têm medo de vir e eles encontram-se vazios. Tendo isso em conta, a confiança no regresso à vida normal é que vai reanimar a economia", afirmou o professor.
Em paralelo com a vacinação, os governos dos 27 países tentam terminar, rapidamente, os planos de investimento para utilizarem as verbas do novo fundo de recuperação da União Europeia.