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África do Sul tenta captar financiamentos em Davos

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De  Jack Parrock
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A África do Sul está no Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, para impulsionar a sua economia num mundo pós-pandémico. Uma das apostas do país consiste em descarbonizar a economia. A economia da África do Sul começou a recuperar em 2021, crescendo 4,9%.

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Delegados de todo o mundo reuniram-se no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça. Agora presencialmente, depois de duas edições exclusivamente em linha.

Enquanto o mundo enfrenta desafios sem precedentes com a guerra na Ucrânia e as réplicas económicas da Covid-19, muitos países - incluindo a África do Sul - estão a emergir da recessão induzida pela pandemia com ambições para o futuro.

A agência de notação de crédito Standard and Poor's Global acaba de atualizar as suas perspetivas para o país.

"Tem havido uma perceção negativa sobre a política de crescimento da África do Sul, incerteza e fatores negativos. O que estamos a fazer aqui é tentar apresentar a história do que está a acontecer no terreno, esta grande transformação, a política Governamental em torno do poder, a concentração nas energias renováveis, a trajetória de crescimento tanto ligada aos mercados financeiros como às mercadorias e o interesse renovado dos investidores estrangeiros pela África do Sul. Numa base relativa, a África do Sul encontra-se, agora, numa posição favorável em relação aos parceiros dos BRICS", refere a diretora executiva da Bolsa de Valores de Joanesburgo, Leila Fourie.

Como a maioria dos países, a África do Sul não escapou à pandemia, sofrendo com a perda de vidas e de meios de subsistência.

Contudo, o Governo respondeu à crise, a nível interno, e liderou uma aliança internacional de modo a obter vacinas para o continente africano.

A ministra sul-africana para os Assentamentos Humanos, Mmamoloko Kubayi, afirma que "como país, o que temos sido capazes de fazer não é apenas falar por nós próprios, em termos de acesso à vacina, mas sermos a voz do continente e dizermos à comunidade global 'não vamos ficar com todas as vacinas', mas assegurar a equidade da vacina para que todas as nações possam ter acesso às vacinas para que operem em segurança e se recuperem. Isto fez de nós um líder em termos de falar em nome dos mais vulneráveis".

A economia da África do Sul começou a recuperar em 2021, crescendo 4,9%.

O investimento direto no país, proveniente do estrangeiro, teve um incremente, no ano passado, de 36 mil milhões de euros.

Lançada na Conferência da ONU sobre Mudança do Clima de 2021, a Parceria para a Transição da Energia Justa visa apoiar a África do Sul a descarbonizar a economia.

Até oito mil milhões de euros estarão disponíveis nos próximos três a cinco anos. Um apoio essencial para a contínua recuperação do país.

"É absolutamente crítico. O nosso sistema energético está literalmente em colapso. O nosso plano de recuperação económica não tem qualquer hipótese se o sistema energético não for fixo e, por isso, há todo um conjunto de mudanças regulamentares necessárias para garantir que enfrentamos os nossos desafios, mas precisamos de um investimento internacional e local significativo na transição energética... Se fizermos isso bem, é de facto o futuro da África do Sul", sublinha o presidente do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento da África do Sul, Mark Swilling.

Sendo o 7º maior produtor mundial de carvão, a África do Sul tem um grande número de empregos no setor e o Banco de Desenvolvimento quer certificar-se de que não são os trabalhadores a pagar o preço da transição.

O diretor executivo para a área do Desenvolvimento do Banco de Desenvolvimento da África do Sul, Patrick, Dlamini, afirma que "Como país, e com os nossos parceiros internacionais, precisamos de começar a dizer como fazemos a transição de uma forma responsável e sem prejudicar a economia. De uma forma que a torne ainda melhor porque somos uma nação com enormes desafios triplos - desemprego, desigualdade e pobreza - por isso, se somos país com tantas contrariedades, então precisamos de dizer como migramos cuidadosamente e transformamos a nossa economia de uma forma que crie mais empregos, de uma forma que crie uma economia muito mais inclusiva e é aqui que poderemos ter acesso a esses investidores internacionais".

Não se trata apenas de investir nas grandes empresas. As pequenas e médias empresas e as empresas sociais têm um papel vital a desempenhar na recuperação contínua do país. Podem mesmo ser a chave para atrair investimento através de uma mudança do paradigma dos negócios como sublinha a diretora executiva da RLABS, Rene Parker:

"Quando fazemos negócios, e fazemos bons negócios... Para as empresas sociais, essa é a sua filosofia e deve tornar-se a norma, mesmo para as grandes empresas. Devemos fazer bons negócios, devemos estar conscientes do ambiente, das pessoas à nossa volta, das nossas comunidades, é algo que deve ser inato quando fazemos negócios".

Como em todas as conferências internacionais, o êxito do encontro só se faz sentir nos próximos anos, mas a mensagem da África do Sul é aberta e amigável para o investimento num mundo pós-pandémico.

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