A UE está a trabalhar para evitar uma taxa de direitos aduaneiros de 50% antes do prazo de 1 de agosto. Atualmente, pode estar em cima da mesa uma taxa de 10% sobre os produtos importados do bloco.
O chanceler alemão Friedrich Merz afirmou estar "cautelosamente otimista" quanto à possibilidade de a União Europeia conseguir um acordo comercial com os EUA nos próximos dias ou, o mais tardar, até ao final do mês.
Merz também disse aos legisladores no Bundestag na quarta-feira: "Eu próprio estou em estreito contacto com o governo americano, com o presidente e com a Comissão Europeia".
Merz disse que o objetivo é chegar a um acordo "o mais rapidamente possível que ligue o comércio mútuo entre os EUA e a União Europeia com as tarifas mais baixas possíveis".
A pausa do Presidente Trump nas chamadas "tarifas recíprocas" termina a 1 de agosto e a administração dos EUA começou a enviar cartas aos parceiros comerciais, notificando-os dos direitos que serão aplicados às suas exportações americanas.
Até ao momento, Washington apenas garantiu quadros comerciais com o Reino Unido, o Vietname e a China. Mais de uma dúzia de outros países receberam cartas com as taxas dos direitos aduaneiros, incluindo África do Sul, Coreia do Sul e o Japão. A UE ainda não assinou um quadro comercial com os EUA nem recebeu uma carta.
Donald Trump disse na terça-feira que a administração "pode fazer muitos mais acordos", mas afirmou também que é "demasiado moroso. Torna tudo mais complicado. E também podemos fazer as coisas ao longo dos anos". Trump estava a defender o uso de cartas em vez de processos de negociação mais tradicionais.
O presidente dos EUA ameaçou impor uma taxa de 50% sobre os produtos da UE enviados para os EUA, embora pareça que Bruxelas terá de enfrentar uma taxa de 10%.
Para além dos chamados direitos "retaliatórios", a UE enfrenta também uma tarifa de 25% sobre os automóveis e as peças de automóveis enviados para os EUA, bem como uma tarifa de 50% sobre as exportações de aço e alumínio. As duas partes estão agora a tentar encontrar soluções para atenuar o impacto em determinados setores.
Os direitos sobre as mercadorias enviadas para os EUA deverão afetar fortemente a Alemanha, uma vez que os EUA continuam a ser o destino mais importante das exportações alemãs.
A economia também está a lutar para se reerguer após o aumento dos preços da energia na Europa e a pandemia de COVID-19, prejudicada pelo envelhecimento das infraestruturas, pela burocracia excessiva e pela baixa produtividade.
Trump tem sido mais hostil para com a UE durante o processo de negociação, nomedamente quando comparado com o Reino Unido. O presidente norte-americano chegou a classificar o bloco de "desagradável" e afirmou que este foi formado para "lixar os Estados Unidos".