Disney com melhores resultados em streaming e parques temáticos, mas lucros mais fracos na TV e cinema no 4.º trimestre; impasse de licenças com o YouTube ensombra o desempenho.
A Disney reportou um quarto trimestre misto, com resultados fracos na TV e no cinema, compensados por forte crescimento no streaming e nos parques temáticos.
O desempenho fica ainda ensombrado por uma disputa de licenciamento com o YouTube que deixou subscritores do YouTube TV sem acesso à ESPN, à ABC e a outros canais essenciais da Disney.
A Walt Disney Co. lucrou 1,31 mil milhões de dólares (1,13 mil milhões de euros) nos três meses até setembro. No período homólogo, lucrou 460 milhões de dólares (397 milhões de euros).
A receita da empresa sediada em Burbank totalizou 22,46 mil milhões de dólares (19,35 mil milhões de euros), abaixo da estimativa de Wall Street de 22,86 mil milhões de dólares (1,62 mil milhões de euros).
Já a receita da Disney Entertainment, que inclui os estúdios de cinema e o serviço de streaming, caiu 6%, enquanto a da divisão Experiences e dos parques subiu 6%.
O resultado operacional dos canais lineares caiu 21% e a receita recuou 16%.
A Disney disse que os resultados da distribuição cinematográfica foram mais fracos face ao mesmo período do ano passado, quando beneficiaram de "Deadpool & Wolverine" e de receitas adicionais de "Divertidamente 2".
Entre os filmes estreados no trimestre contam-se "The Fantastic Four: First Steps", "The Roses" e "Freakier Friday".
No segmento direto ao consumidor, que inclui Disney+ e Hulu, registou um resultado operacional trimestral de 352 milhões de dólares (303 milhões de euros), face a 253 milhões de dólares (218 milhões de euros) há um ano. A receita subiu 8%.
A Disney+ registou um aumento de 3% de subscritores pagos no mercado doméstico, que inclui Estados Unidos e Canadá. Internacionalmente, excluindo o Disney+ HotStar, subiu 4%.
Os resultados fortes no streaming surgem pouco depois de a empresa ter visto aumentos nas anulações de subscrições do Disney+ e do Hulu em setembro, quando a ABC suspendeu temporariamente a emissão de "Jimmy Kimmel Live!".
A Walt Disney Co. detém as plataformas de streaming e a ABC. A ABC retirou o programa da antena por menos de uma semana, em setembro, na sequência de críticas às suas declarações relacionadas com a morte do ativista conservador Charlie Kirk.
A Disney está também a trabalhar na sucessão do CEO Bob Iger, rosto da empresa durante grande parte das últimas duas décadas: a empresa criou em 2023 uma comissão de planeamento de sucessão, mas a busca ganhou força no ano passado, quando recrutou o presidente executivo da Morgan Stanley, James Gorman, para liderar o processo.
Iger aceitou prolongar o contrato até ao final de 2026 e a Disney está nesta altura a avaliar candidatos internos e externos.
Entre os internos, apontam-se amplamente o presidente da ESPN, detida pela Disney, Jimmy Pitaro, o presidente da Walt Disney Parks and Resorts, Josh D’Amaro, o co-presidente da Disney Entertainment Alan Bergman e a co-presidente da Disney Entertainment Dana Walden.
As ações da Disney subiram cerca de 2% a antes da abertura do mercado, na quinta-feira.