A Operalia, a competição de canto criada por Plácido Domingo, subiu ao palco em Londres pela primeira vez. Contamos-lhe a final, em Musica.
Já era altura de Londres acolher a Operalia, até porque é um dos palcos que mais marcou a carreira de Plácido Domingo.
Há que reter na memória os rostos das futuras estrelas do mundo da ópera, ou não estivessem presentes na Operalia, a competição de canto criada por Plácido Domingo. Quarenta jovens cantores conseguiram sobressair entre mais de mil candidatos para chegar até à 23a. edição do evento, que pela primeira vez teve lugar em Londres.
Peter Mario Katona, diretor de casting da Royal Opera House, salienta que “já era altura de Londres, de Covent Garden, acolher a Operalia, até porque é um dos palcos que mais marcou a carreira de Plácido Domingo. Nós insistimos com várias pessoas para que o concurso acontecesse em Londres. E acabámos por conseguir.”
Um dos prémios que Plácido Domingo mais acarinha é o de canto de Zarzuela. Este ano, a vertente feminina foi conquistada pela sul-coreana Hye Sang Park; do lado dos homens, foi o tenor romeno Ioan Hotea quem se destacou.
“O Ioan, já o conhecia, fizemos música juntos em Monte Carlo. Eu dirigi-o na ópera ‘Amélia vai ao baile’, de Menotti. Desde então, ele fez uma evolução notável”, revela Domingo.
A vencedora da edição 2015 foi Lise Davidsen, que também recebeu o prémio Birgitt Nilsson, pela interpretação de uma ária do “Tannhäuser”, de Wagner.
Segundo o mítico tenor espanhol, “a Lise é um exemplo da aptidão que as cantoras escandinavas têm para interpretar Wagner. Ela canta esta ária que é tão difícil com uma voz fenomenal, dramática. Ela arrebatou imediatamente os espetadores.”
E, de facto, a cantora norueguesa foi distinguida também com o Prémio do Público. “De certa forma, é a distinção mais importante, porque é para o público que nós cantamos, é a ele que queremos chegar”, considera.
Mas, no fundo, todos os participantes saem a ganhar, realça Plácido Domingo: “Muitos dos cantores que participam no concurso foram observados atentamente. Não seria uma surpresa se um dos membros do júri fosse buscar um deles, por exemplo o baixo-barítono sul-africano, para trabalhar.”
Os vencedores da Operalia 2015:
Primeiro Prémio: Ioan Hotea, Roménia / Lise Davidsen, Noruega
Segundo Prémio: Darren Pene Pati, Nova Zelândia / Hye Sang Park, Coreia do Sul
Terceiro Prémio: Edward Parks, Estados Unidos / Noluvuyiso Mpofu, África do Sul
Prémio Birgit Nilsson: Lise Davidsen, Noruega
_Prémio de Zarzuela Pepita Embil Domingo Hye Sang Park, Coreia do Sul
_Prémio de Zarzuela Don Plácido Domingo Ioan Hotea, Roménia
Prémio do Público: Darren Pene Pati, Nova Zelândia / Lise Davidsen, Noruega
Prémio Culturarte: Kiandra Howarth, Austrália