O Festival Internacional de cinema de Marraquexe prestou homenagem ao Canadá. Vários cineastas e atores canadianos foram convidados a participar no
O Festival Internacional de cinema de Marraquexe prestou homenagem ao Canadá. Vários cineastas e atores canadianos foram convidados a participar no festival.
Neste momento, há uma energia fantástica no Canadá. Há imensos realizadores, como o meu amigo Andrew Cividino, que também participa neste festival, e o Xavier Dolan. Há uma nova voz que emerge. É muito entusiasmante fazer filmes no Canadá neste momento.
O realizador canadiano de origem egípcia Atom Egoyan recebeu um galardão pelo conjunto da carreira. A busca de uma identidade, a solidão e a alienação nas sociedades modernas são alguns do temas recorrentes da obra de Egoyan.
A euronews conversou com Atom Egoyan sobre a cinematografia canadiana. Toronto, Montreal, e Vancouver são os três polos de criação cinematográfica do país. Para o realizador de 55 anos, não se pode falar de cinema canadiano mas de cinemas canadianos.
“Penso que temos de dizer cinemas canadianos. O cinema do Quebeque consegue ter uma identidade própria porque tem a sua própria língua. Em relação ao cinema canadiano de língua inglesa as coisas são diferentes porque se trata da mesma língua que é falada nos Estados Unidos e as diferenças culturais entre os dois países são subtis. Apesar disso, há um certo tipo de cinema que podemos fazer no Canadá que é impossível fazer nos Estados Unidos. Por exemplo, o argumento de “Remember” é americano mas o filme não podia ser feito na América porque não é considerado comercial”, disse Atom Egoyan.
“Closet Monster”, a primeira obra do canadiano Stephen Dunn, é um dos quinze filmes em competição. A obra gira em torno de um adolescente homossexual confrontado com violência familiar e rejeição e venceu o prémio de melhor primeiro filme canadiano no Festival de Toronto. Em entrevista à euronews, o jovem realizador afirma que é o cinema canadiano vive uma fase de grande efervescência.
“Especialmente neste momento há uma energia fantástica no Canadá. Há imensos realizadores, como o meu amigo Andrew Cividino, que também participa neste festival, o Xavier Dolan. Há uma nova voz que emerge. É muito entusiasmante fazer filmes no Canadá neste momento”, disse Dunn.
Fatih Akin foi outro dos convidados de honra do Festival de Marraquexe. O cineasta alemão de origem turca fez parte do júri do festival em 2013 e este ano esteve em Marrocos para dar uma masterclass.
“Este festival é importante porque é um festival árabe no contexto da cultura islâmica. É importante mostrar o mundo o que se passa nos países árabes para além dos lugares comuns que se vêm nas notícias, como o terrorismo. Há também projetos artísticos nesta parte do mundo, há mais do que más notícias por isso eu quero dar o meu apoio a este festival”, explicou Akhin.
O realizador sul-coreano Chan Wook Park deu uma masterclass onde falou da violência no cinema. O cineasta de 52 anos tornou-se conhecido em 2003 graças a “Oldboy”, a obra ganhou o prêmio especial do Júri em Cannes.
Para Park Chan Wook, imaginar cenas violentas é uma forma de sublimação.
“Imaginar cenas violentas é um exercício e uma terapia porque a violência imaginada não provoca mal. Seria bom se no mundo as pessoas pudessem fazer este tipo de terapia. Se as pessoas fizessem este exercício de forma meticulosa e realista, o mundo seria um sítio melhor. As pessoas teriam menos propensão a agir de forma violenta contra os outros”, sublinhou o realizador sul-coreano.